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22/Fev/2021

Tendência é de alta do milho com oferta retraída

A tendência é de preços estáveis em patamares elevados, com viés de alta no mercado brasileiro, com melhoria das condições climáticas, tanto para colheita da 1ª safra, quanto para implantação da 2ª safra de 2021, exportações brasileiras em ritmo lento e comercialização travada. Os futuros para os vencimentos março e maio 2021 em Chicago acima de US$ 5,40/bushel, o dólar em patamares elevados e a expressiva parcela da 2ª safra já comercializada antes da colheita impedem uma pressão baixista mais acentuada sobre as cotações domésticas. Para o 2º semestre de 2021, os principais drivers serão: a intenção de plantio nos EUA em 2021/2022, cuja área deverá aumentar; a confirmação ou não de uma colheita recorde na 2ª safra deste ano; e a taxa de câmbio, que direciona a paridade de exportação nos portos. Em Chicago, os futuros com vencimentos no 2º semestre de 2021 oscilam entre US$ 4,60 e US$ 4,82/bushel e na B3 as cotações indicam patamares de preços 10% abaixo dos atuais. Os preços do milho estão em alta na maior parte das regiões.

Capitalizados e atentos ao campo, os vendedores do cereal estão afastados do mercado spot nacional nos últimos dias. Muitos estão à espera de novas altas nos preços. Alguns compradores que precisam recompor parte dos estoques acabam pagando valores maiores por novos lotes. Ainda assim, os fechamentos de negócios têm sido apenas pontuais. As recentes valorizações do milho também estão atreladas a preocupações com os fretes no mercado interno. Isso porque, à medida que a colheita da soja avança, verifica-se diminuição na oferta de caminhões para transporte de milho. Esse contexto reforça a preocupação de consumidores. Nos portos, aos poucos, a soja também tem ganhado espaço. Os line up dos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) indicam baixo volume de milho para ser exportado nas próximas semanas. Os preços do cereal disponível no Porto de Paranaguá (PR) registram recuo de 0,3%, a R$ 79,21 por saca de 60 Kg. Apesar disso, os embarques na primeira quinzena de fevereiro apresentaram bom desempenho, o que também sustentou os preços internos.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações somaram 504 mil toneladas em apenas 10 dias úteis de fevereiro, quantidade já 48% acima da embarcada em todo o mês de fevereiro do ano passado. As importações, por sua vez, também cresceram, somando 161 mil toneladas na parcial deste mês, contra 87 mil toneladas em todo fevereiro de 2020. Nos últimos sete dias, os preços apresentam avanço de 0,8% no mercado balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, refletindo a dificuldade de aquisição dos consumidores, o Indicador ESALQ/BM&F (base Campinas-SP) registra alta de 1,0%, a R$ 84,35 por saca de 60 Kg. Na B3, o vencimento Março/2021 acumula valorização de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 86,66 por saca de 60 Kg, e o vencimento Maio/2021, alta de 1%, a R$ 85,30 por saca de 60 Kg. No campo, semeadura do milho avançou em todas as regiões produtoras de 2ª safra. Em Mato Grosso, 20,9% da área esperada havia sido semeada até o dia 12 de fevereiro. Comparados aos dados do ano anterior, os trabalhos de campo estão 42,26% atrasados, como consequência dos atrasos no cultivo da soja.

Em Mato Grosso do Sul, as atividades também estão atrasadas. Até o dia 12 de fevereiro, apenas 1,1% da área estadual havia sido semeada. A área total plantada na safra 2020/2021 do Estado deve ser 5,7% maior que a da temporada anterior, totalizando 2 milhões de hectares. No Paraná, 8% da área de 2ª safra já havia sido semeada até o dia 15 de fevereiro. Em Goiás, São Paulo e Minas Gerais, os trabalhos ainda não foram iniciados. Há relatos de que, pontualmente, algumas regiões desses Estados já tiveram leves avanços na semeadura. Quanto à safra de verão (1ª safra 2020/2021), a colheita avança nas principais regiões. No Rio Grande do Sul, a colheita atingiu 42% da área no dia 18 de fevereiro. As chuvas seguem beneficiando a cultura no Estado, mas quedas nas produtividades devem ser contabilizadas, tendo em vista o tempo desfavorável em importantes etapas de desenvolvimento da safra.

No Paraná, a colheita do milho da safra de verão (1ª safra 2020/2021) ganha ritmo e chegou em 21% da área estadual na semana anterior. Os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago estão avançando, sustentados pela expectativa de maior demanda por milho por parte da Ásia e da América Central. Os vencimentos de Março/2021 e Maio/2021 estão cotados a US$ 5,50 por bushel e a US$ 5,49 por bushel, respectivamente, com valorizações de 1,7% nos últimos sete dias. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a área da temporada 2021/2022 de milho deve somar 37,23 milhões de hectares, 1,0% acima da safra anterior. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita começa a ganhar ritmo em boa parte das regiões na Argentina, chegando a 0,4% da área até o dia 17 de fevereiro. A falta de chuvas em dezembro, contudo, deve limitar o rendimento. Por enquanto, a estimativa se mantém em 46 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.