11/Fev/2021
Mesmo com os atrasos na colheita da soja, os produtores de milho do Brasil devem ampliar as intenções de plantio na 2ª safra de 2021. Por causa dos preços altos no mercado, a previsão é de que os produtores não se importarão com o clima e a janela. Eles plantarão o máximo de milho que puderem. Eles já compraram os insumos, e esses produtos já estão nas fazendas. A produção, contudo, dependerá de bons volumes de chuva entre abril e junho, época tradicionalmente mais seca na Região Centro-Oeste. Ou haverá chuvas acima da média ou a 2ª safra de 2021 de milho vai sofrer. A produção da safra de verão (1ª safra 2020/2021) no País deve ter quebra de 10% a 15% em virtude de clima seco durante o plantio e desenvolvimento e de chuvas em excesso quando as lavouras já estavam quase prontas. Isso está adicionando uma pressão extra para a 2ª safra de 2021 que está sendo plantada agora.
Se o clima não for favorável e houver perdas na 2ª safra de 2021 (entre 10% a 20%), a indústria brasileira pagará preços equivalentes à paridade de exportação para manter boa parte dessa produção no Brasil. Existe a possibilidade de o País importar milho da Argentina, mas os produtores do país vizinho não mostram grande disposição em negociar o cereal. Enquanto isso, entre os produtores brasileiros, há pouco desejo de vender mais volumes da 2ª safra de 2021 antecipadamente. Eles realmente querem ter certeza de que o mercado atingiu o pico antes de vender novamente. Os produtores já negociaram uma boa parcela da 2ª safra que estão semeando e, como há risco de rendimento em virtude da possibilidade de plantio fora da janela, preferem aguardar para ver o quanto vão colher antes de fechar novos contratos.
Quanto aos preços internacionais do cereal, a avaliação é de que serão necessários novos problemas de oferta para que o contrato março suba além de US$ 5,70 por bushel na Bolsa de Chicago. É necessário ver mais perdas na América do Sul em abril e maio para que esse cenário se materialize. Por enquanto, as cotações tendem a se manter no intervalo entre US$ 5,20 e US$ 5,80 por bushel. Quanto às ameaças de greves dos caminhoneiros no Brasil, a paralisação ocorrida na semana passada, organizada por motoristas autônomos, não conseguiu angariar apoio suficiente para crescer. A expectativa é de que não haja outra greve que prejudique o setor neste momento. A retirada da soja dos campos começa a ganhar força e, com ela, a demanda por frete para movimentação de grãos dos silos aos portos e para as indústrias, que pode atingir o pico por volta da metade de março. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.