03/Fev/2021
A escalada nos preços do milho, que levou as cotações do produto na Bolsa de Chicago para nova máxima registrada em sete anos e meio, na semana passada, tem como motor propulsor a demanda chinesa robusta pelo cereal dos Estados Unidos e o clima desfavorável na América do Sul. O mercado continuou reagindo ao relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na semana passada. O levantamento apontou encomenda chinesa de cerca de 2,11 milhões de toneladas de milho norte-americano, o segundo maior pedido diário de todos os tempos, superado apenas uma vez, pela antiga União Soviética, em janeiro de 1991.
Os pedidos chineses na semana passada totalizam quase 6 milhões de toneladas, a maior quantidade já encomendada aos Estados Unidos em apenas uma semana. A título de comparação, a China importou 7,6 milhões de toneladas de milho em toda a temporada 2019/2020. E esse volume é uma soma de todos os países de origem, não apenas dos Estados Unidos. Observadores do mercado preveem um volume total de importação entre 25 milhões e 30 milhões de toneladas de milho em 2020/2021 pela China, com o rápido progresso na reposição dos estoques de suínos no país e a criação de bovinos, que estão se tornando mais profissionais, em comparação com as práticas agrícolas do passado. Isso implica mais ração à base de milho e soja.
O único problema é o fato de que os pedidos também podem ser cancelados, algo que a China fez repetidamente no passado. Contudo, os participantes do mercado orientados para o curto prazo estão otimistas, e já aumentaram as suas posições compradas líquidas, novamente, na semana que antecedeu o relatório até 26 de janeiro. Além da China, Brasil e Argentina também estão no foco dos traders. Embora o clima ainda esteja muito seco na Argentina, o quadro mudou no Brasil, e agora são as fortes chuvas em algumas regiões que estão gerando temores de que a colheita da soja possa ser atrasada, adiando o plantio da próxima safra de milho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.