29/Jan/2021
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de milho na China na temporada 2020/2021 deve somar 260,7 milhões de toneladas. A estimativa representa diminuição de apenas 100 mil toneladas em relação ao ciclo anterior, e reflete uma menor área plantada, mas maior rendimento. Embora o governo chinês insista que o tombamento de plantas por causa de tufões no principal cinturão agrícola, no Nordeste do país, tenha tido impacto limitado sobre a produção, fontes do setor têm opinião diferente. Além de dificultar e encarecer a colheita, o tombamento pode resultar em maior toxicidade dos grãos. Em grande parte, por causa disso, a estimativa de perda é de pelo menos 8 milhões de toneladas. A projeção para uso de milho em ração animal é de 194 milhões de toneladas em 2020/2021, aumento de apenas 1 milhão de toneladas ante a estimativa para 2019/2020.
No entanto, o uso em ração dos principais grãos, incluindo milho, trigo, sorgo, cevada e arroz, deve aumentar 15,6 milhões de toneladas ante o ciclo anterior, para 249,9 milhões de toneladas. Esse aumento esperado da demanda se deve em grande parte à recomposição do plantel de suínos do país, após surtos de peste suína africana (PSA) terem reduzido drasticamente o número de suínos. Porém, muitos estimam que haverá um déficit de milho para ração de 23 milhões de toneladas em 2020/2021. Para preencher essa lacuna, o governo chinês deve realizar leilões das reservas estatais, promover substituição por outros grãos e elevar as importações. Em geral, grandes players apostam que a substituição de milho por trigo e arroz será uma das principais tendências nos próximos dois anos.
O USDA manteve sua projeção para importações chinesas de milho em 22 milhões de toneladas em 2020/2021. O número elevado se deve aos altos preços domésticos, a necessidade de recompor os estoques estatais e o maior consumo de ração animal. A China importou mais do que a cota tarifária de 7,2 milhões de toneladas no ano civil 2020 (de 1º de janeiro a 31 de dezembro), e não dá sinais de que vá diminuir o ritmo. De toda forma, o consumo de grãos na ração animal na China em 2020/2021, incluindo resíduos de trigo e de arroz, deve aumentar em 15,6 milhões de toneladas, para 249,9 milhões de toneladas, em relação ao ano de comercialização anterior. A demanda por importação de milho pela China deve permanecer forte nos próximos meses, embora parte da demanda seja mitigada pelo aumento do consumo de sorgo, cevada e estoques velhos de arroz e trigo, que podem ser utilizados nas rações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.