29/Jan/2021
Os futuros de milho fecharam perto da estabilidade nesta quinta-feira (28/01) na Bolsa de Chicago, após uma sessão volátil. O mercado chegou a subir 3% na abertura, impulsionado pela forte demanda chinesa, mas passou a devolver ganhos quando os preços romperam os US$ 5,50 por bushel. O vencimento março fechou em alta de apenas 0,50 cent (0,09%), a US$ 5,34 por bushel. A alta também foi limitada pelo clima favorável na América do Sul, pela expectativa de uma área semeada maior nos Estados Unidos e pelo recuo do petróleo, que diminui a competitividade relativa do etanol.
Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores relataram vendas de 1,913 milhão toneladas de milho, sendo 1,7 milhão de toneladas para China e 213.600 toneladas para destinos não revelados. Os carregamentos têm entrega prevista para a temporada 2020/2021. Somente nesta semana, as vendas avulsas para a China somam 3,74 milhões de toneladas. Separadamente, o USDA informou que exportadores venderam 1,85 milhão de toneladas de milho da safra 2020/2021 na semana encerrada em 21 de janeiro.
O volume é 29% maior do que o reportado na semana anterior e 61% superior à média das quatro semanas anteriores. O ritmo de vendas externas precisa diminuir ou os Estados Unidos ficarão sem estoques. A forte demanda indica que, apesar da alta recente dos preços, o milho norte-americano continua bastante competitivo no mercado internacional. A China pode importar grandes volumes nos próximos meses. Isso vai de encontro ao seu objetivo frequentemente declarado de ser autossuficiente em milho.
O USDA projeta as importações chinesas em 22 milhões de toneladas em 2020/2021. O número elevado se deve aos altos preços domésticos, a necessidade de recompor os estoques estatais e o maior consumo de ração animal. A China importou mais do que a cota tarifária de 7,2 milhões de toneladas no ano civil 2020 (de 1º de janeiro a 31 de dezembro), e não dá sinais de que vá diminuir o ritmo. Muitas fontes do setor acreditam que haverá um déficit de milho para ração de 23 milhões de toneladas em 2020/2021. A produção chinesa obviamente não está acompanhando a demanda.