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25/Jan/2021

Tendência de alta com oferta restrita e exportação

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com ofertas restritas por parte dos produtores/vendedores, quebras já consolidadas na safra de verão (1ª safra 2020/2021), riscos climáticos para a 2ª safra de 2021, suprimento ajustado ao longo deste primeiro semestre do ano, dólar voltando a subir para próximo de R$ 5,50, aumento da paridade de exportações nos portos do país e cotações futuras sustentadas acima dos US$ 5 por bushel na Bolsa de Chicago. A disponibilidade restrita de milho no Brasil e a paridade de exportação elevada, que mantém os embarques aquecidos, segue elevando os preços do cereal no mercado interno. Além disso, a demanda doméstica também está firme. Diante disso, em muitas regiões, os valores médios do milho vêm renovando as máximas nominais da série histórica. Em algumas regiões, como no Porto de Paranaguá (PR), norte e oeste do Paraná, Dourados (MS) e Rio Verde (GO), as médias de janeiro já são recordes reais das respectivas séries. No caso do Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP), há avanço de 0,9% nos últimos sete dias e de 8,1% na parcial deste mês, cotado a R$ 85,03 por saca de 60 Kg.

No dia 20 de janeiro, especificamente, o Indicador atingiu R$ 85,44 por saca de 60 Kg, nova máxima nominal e próxima do recorde real, de R$ 87,35 por saca de 60 Kg, verificado em 30 de novembro de 2007 (preços deflacionados pelo IGP-DI). A média mensal de janeiro está em R$ 83,59 por saca de 60 Kg, um pouco abaixo do recorde real de dezembro de 2007, de R$ 84,31 por saca de 60 Kg. No spot nacional, o ritmo de negócios está lento, tendo em vista que compradores se deparam com preços recordes, ao passo que muitos vendedores estão afastados, à espera de novas altas, fundamentados na menor produção da safra de verão (1ª safra 2020/2021). Nos últimos sete dias, as cotações registram alta de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas recuo de 0,7% no mercado de lotes (preço pago ao produtor). Neste caso, há pontual maior interesse de produtores em negociar a mercadoria nas cooperativas. As exportações estão intensas. Nos primeiros 10 dias de janeiro, foram embarcadas 1,2 milhão de toneladas, com ritmo diário de 124 mil toneladas, contra 95,7 mil toneladas no mesmo mês de 2020.

Ainda são aguardados bons embarques do cereal para este mês, já que os lotes de soja ainda não chegam nos portos com expressividade. Entre fevereiro/2020 e o começo de janeiro/2021, 34 milhões de toneladas foram exportadas pelo Brasil. Os preços nos portos se mantêm acima de R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Na parcial de janeiro, a média é de R$ 81,15 por saca de 60 Kg. Para o segundo semestre, as intenções de compra se aproximam de R$ 70,00 por saca de 60 Kg, ainda abaixo dos ajustes dos contratos na B3. Neste caso, os contratos Julho/2021 e Setembro/2021 registram respectivas médias de R$ 76,00 e R$ 73,75 por saca de 60 Kg em janeiro. Nos últimos sete dias, os primeiros vencimentos estão firmes, com o contrato Março/2021 se valorizando 0,3%, a R$ 88,35 por saca de 60 Kg, e Maio/2021, 0,5%, a R$ 84,40 por saca de 60 Kg. Após as preocupações devido à falta de chuvas no início do semeio e do desenvolvimento das lavouras, sobretudo na Região Sul do País, recentes precipitações vêm favorecendo o milho no campo, o que, por sua vez, deve facilitar os trabalhos de campo nos próximos meses.

Por enquanto, a colheita de soja está em ritmo mais lento se comparado aos anos anteriores, confirmando o atraso na semeadura do milho. No Paraná, os produtores estão receosos quanto aos riscos da janela da 2ª safra de 2021, tendo em vista os atrasos registrados para a safra verão (1ª safra 2020/2021). A área de milho 2ª safra de 2021 deve crescer 2%, para 2,34 milhões de hectares. Por enquanto, a colheita da safra de verão (1ª safra 2020/2021) ainda não teve início, e até o dia 18 de janeiro, 1% da área destinada para 2ª safra de 2021 já foi semeada. No Rio Grande do Sul, o clima favorece o desenvolvimento das lavouras. 18% da área estadual foi colhida até o dia 21 de janeiro. Na Argentina, até o dia 21 de janeiro, 93,4% da área estimada para a safra 2020/2021 foi semeada. As chuvas contribuíram para o aumento das reservas hídricas do norte do país e a expectativa de produção permanece em 6,3 milhões de hectares. Quanto ao mercado internacional, apesar de as exportações norte-americanas estarem em alta nas últimas semanas, a melhora climática na América do Sul tem pressionado os contratos futuros nos últimos dias na Bolsa de Chicago. O contrato Março/2021 recuo com força nos últimos dias, para US$ 5,00/bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.