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18/Jan/2021

Tendência de alta do milho no mercado brasileiro

No mercado brasileiro, a tendência é de alta dos preços do milho, com o dólar sustentado em patamares elevados, quebras na 1ª safra 2020/2021 no Sul do Brasil, expectativa de adversidades e maiores riscos climáticos na 2ª safra de 2021, aumento da paridade de exportação nos portos brasileiros, forte avanço das cotações externas na Bolsa de Chicago, que estão acima do patamar de US$ 5 por bushel e demanda aquecida, tanto para rações, quanto para as exportações. Os baixos estoques de milho no Brasil, a queda na produção da safra de verão (1ª safra 2020/2021) e os valores elevados nos portos mantêm firme o movimento de alta nos preços do cereal no País. Diante disso, em muitas regiões, os valores atingem novos patamares recordes nominais. As cotações externas também avançam, influenciadas por estimativas indicando safra e estoques de passagem menores que os previstos anteriormente. Quanto aos negócios no spot nacional, ainda ocorrem apenas quando há maior necessidade.

Enquanto os vendedores, atentos à queda na produção, estão à espera de novas valorizações, os compradores têm expectativa de que o início da colheita possa pressionar as cotações. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 2,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 3,7% no de balcão (preço pago ao produtor). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) apresenta avanço de 2,0%, cotado a R$ 84,28 por saca de 60 Kg, acumulando três dias consecutivos de recordes nominais da série histórica do Cepea. No Porto de Paranaguá (PR), as negociações no spot seguem travadas, com exportadores apenas recebendo os lotes comercializados anteriormente. Já considerando-se o milho da 2ª safra de 2021, para pagamento e entrega do produto de julho a agosto, as indicações oscilam entre R$ 68,50 e R$ 71,00 por saca de 60 Kg. Na B3, os vencimentos também atingem patamares recordes, chegando a operar acima de R$ 90,00 por saca de 60 Kg.

O contrato Janeiro/2021 está cotado a R$ 84,21 por saca de 60 Kg, alta de 1,4% nos últimos sete dias. Os vencimentos Março/2021 e Maio/2021 registram valorização de 3,5%, indo para R$ 88,12 por saca de 60 Kg e 4,1%, para R$ 84,01 por saca de 60 Kg, respectivamente. Na Região Sul do País, principal produtor da safra de verão, o clima quente intercalado de chuvas favoreceu o desenvolvimento das lavouras. Porém, em algumas áreas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, as perdas já geradas pelo clima em meses anteriores ultrapassam 50% e não há possibilidade de recuperação. No Paraná, a colheita ainda não foi iniciada e chuvas seguem mantendo boas as condições do cereal nas lavouras. No Paraná, 79% das lavouras registram boas condições, 16%, médias e 5%, ruins. No Rio Grande do Sul, 15% da área plantada já havia sido colhida até o dia 14 de janeiro. Em Santa Catarina e em algumas áreas da Região Centro-Oeste, as atividades devem ganhar ritmo apenas em março.

Em São Paulo, parte das áreas de irrigação já começa a ser colhida. A produção de milho na safra de verão (1ª safra 2020/2021) está estimada pela nossa Consultoria em 23,8 milhões de toneladas, 7,4% abaixo da anterior. Esse resultado se deve, principalmente, à redução na produtividade na Região Sul do País, de 10% em relação à temporada passada. Para a 2ª safra de 2021, a estimativa é de que a produção de milho aumente 8,4% frente ao ano passado, para 81,4 milhões de toneladas. A estimativa de área é de 14,4 milhões de hectares, alta de 4,9% sobre o ano passado. Para a 3ª safra de 2021, a expectativa é de produção de 1,8 milhão de toneladas. A estimativa de consumo interno é de 71,8 milhões de toneladas na safra 2020/2021. Os números de exportações e importações estão mantidos em 38,0 milhões de toneladas e em 1 milhão de toneladas, respectivamente. Caso esses dados se concretizem, o Brasil teria, ao final de janeiro de 2022, o menor estoque de passagem desde 2015/2016, de 9,0 milhões de toneladas, 15% abaixo da temporada anterior.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou nova queda nos estoques finais mundiais para safra 2020/2021. Agora, a produção da safra está em 1,13 bilhão de toneladas e o consumo, em 1,15 bilhão. Com isso, os estoques finais foram reduzidos para 283,8 milhões de toneladas, os menores desde 2014/2015. Na Argentina, a seca reduziu o potencial produtivo das lavouras, e o país deve produzir 47,5 milhões de toneladas. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento chegou a registrar, na quinta-feira (14/01), o maior patamar desde julho de 2013. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2021 registra valorização de 8,1%, a US$ 5,34 por bushel. Os contratos Maio/2021 e Jul/2021 apresentam alta de 8%, a US$ 5,37 por bushel e US$ 5,34 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.