14/Jan/2021
Na Argentina, os produtores encerraram uma greve de vendas de três dias nesta quarta-feira (13/01), pouco antes do momento originalmente marcado, após o governo do país ter eliminado um limite de 30 mil toneladas por dia para as exportações de milho e concordado em liberar os embarques. O limite às exportações, que havia sido imposto no início da semana, gerou críticas dos produtores, que afirmaram que a medida prejudicaria a produção local.
A Argentina é a terceira maior exportadora de milho do mundo, além de maior fornecedora global de farelo de soja. O teto de 30 mil toneladas diárias para os embarques de milho veio após uma decisão do governo de suspender todas as exportações da commodity em janeiro e fevereiro, que foi tomada no final de dezembro e teve vida curta. Segundo o Ministério da Agricultura da Argentina, os limites tinham como objetivo garantir ampla oferta doméstica de alimentos e preços acessíveis.
No entanto, três grandes associações agrícolas do país (CRA, FAA e SRA) se opuseram à medida, afirmando que não há escassez de milho na Argentina e que limitar as exportações aumentaria a incerteza. De acordo com a SRA, foi demonstrado claramente que o limite às exportações de milho era um erro e o objetivo do setor foi alcançado. A curta greve de vendas promovida pelos agricultores não teve efeito nas exportações argentinas, segundo a câmara CIARA-CEC, que reúne processadores de oleaginosas e empresas agroexportadoras.
Como parte de um acordo negociado com as entidades rurais na terça-feira (12/01), o Ministério da Agricultura suspendeu o limite diário de exportação e formou uma comissão para monitorar os preços internos do milho. A greve de três dias havia causado preocupações no país, que necessita das receitas em dólares obtidas com as exportações em momento em que enfrenta uma longa recessão e as consequências econômicas da pandemia de Covid-19. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.