11/Jan/2021
Com quebras na 1ª safra de 2021 e dólar voltando a se aproximar dos R$ 5,40, as cotações do milho estão em alta no mercado interno. Reforço também vem das cotações futuras em Chicago, que já estão próximas do patamar de US$ 5 por bushel, com forte demanda importadora por parte da China. Além disso, o veto do governo argentino sobre as exportações de milho dá suporte às altas externas e abre mais espaços para exportadores dos Estados Unidos e Brasil. Os preços do milho voltaram a subir com maior intensidade nos mercados interno e externo. No Brasil, a restrição de vendedores – que estão incertos quanto à produtividade das lavouras –, o bom ritmo de exportações em dezembro e os valores elevados nos portos impulsionaram as cotações, que se aproximam do recorde nominal. Nos Estados Unidos, a perspectiva de aumento nas exportações elevou os preços do cereal.
No acumulado de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) subiu 5,1%, para R$ 82,65 por saca de 60 Kg, pouco abaixo do recorde nominal registrado em 28 de outubro de 2020, de R$ 82,67 por saca de 60 Kg. Na média de todas as regiões, os aumentos são de 7,9% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 7,3% no de lotes (negociação entre empresas). Nos portos, a média do milho em Paranaguá (PR) atinge R$ 80,50 por saca de 60 Kg, a maior, em termos nominais, da série histórica. Em janeiro, o avanço é de 8,2%. Já para o segundo semestre, os valores estão inferiores aos observados atualmente, com compradores sinalizando em torno de R$ 61,00 por saca de 60 Kg para entregas a partir de agosto. Em dezembro, as exportações brasileiras de milho somaram 5,006 milhões de toneladas, o maior volume para o mês desde 2015.
Os embarques totalizam 32,553 milhões de toneladas na temporada 2019/2020 (fevereiro/2020 a janeiro/2021), faltando 2,4 milhões de toneladas para atingir a estima da nossa Consultoria, de vendas externas de 35 milhões de toneladas. Com os embarques elevados e a sinalização de que mais navios estejam programados para embarque nos próximos dias, compradores estão apreensivos quanto à disponibilidade interna de milho neste primeiro semestre. Por outro lado, no curto prazo, o avanço da colheita pode elevar o interesse de parte dos vendedores. Diante disso, na B3, o contrato Janeiro/2021 subiu 0,3% em janeiro, para R$ 83,38 por saca de 60 Kg. O contrato Março/2021 se valorizou 1,8% neste mês, cotado a R$ 85,67 por saca de 60 Kg, e Maio/2021, subiu 1,6%, para R$ 81,16 por saca de 60 Kg. A perspectiva de aumento nos embarques, diante das limitações de vendas externas impostas na Argentina, elevou as cotações do milho nos Estados Unidos.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato Março/2021 fechou a sexta-feira (08/01) a US$ 4,96/bushel, alta de 4,2% para esse vencimento em janeiro. Na Argentina, o governo suspendeu novas exportações de milho até fevereiro, com o intuito de abastecer o mercado local. Como o país é um dos maiores exportadores do cereal, o mercado internacional, que já vem com estoques reduzidos, poderia enfrentar problemas com o desabastecimento. A colheita está mais avançada no Rio Grande do Sul. 8% das lavouras já foram colhidas. No Paraná, o retorno das chuvas permitiu a manutenção da qualidade das lavouras, sendo que 79% das lavouras novas registram boas condições, 16%, médias, e 5%, ruins. Na Argentina, 85,3% do cereal da safra 2020/2021 já foi semeado, mesmo com as reservas de água ainda abaixo do ideal em muitas regiões. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.