11/Jan/2021
A produção norte-americana de milho abaixo da expectativa resultará em menor oferta do grão, elevando os preços nos próximos meses. O estoque de milho dos Estados Unidos no fim da temporada de cultivo 2020/2021 deve ser de 33,0 milhões de toneladas, menor do que o nível de 43,2 milhões de toneladas projetado atualmente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado de milho não embutiu nos preços um estoque de passagem deste tamanho e terá que reprecificar essa realidade. Com isso bem aparente, o preço do grão saltou para o patamar próximo dos US$ 5 por bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), ante uma mínima de US$ 3,08 no início de agosto de 2020. O clima desfavorável na América do Sul levará ao plantio tardio da segunda safra de milho no Brasil. Por sua vez, isso pode levar a níveis de produção mais baixos.
A safra normalmente seria plantada em fevereiro, mas a seca na América do Sul atrasou o plantio da soja, o que acabará tendo o efeito indireto de atrasar a safra de inverno do milho. A safra de soja da América do Sul atrasou e isso também pode significar uma diminuição na intenção de plantio da 2ª safra de milho 2021. Uma safra menor no Brasil é uma questão importante, já que o País é o terceiro maior produtor de milho, representando 10% da produção mundial. Está atrás dos EUA e da China, respectivamente. Há um outro problema. Os agricultores de todo o mundo podem escolher quais safras plantar a cada ano, e a soja e o milho são intercambiáveis. Embora os agricultores normalmente façam a rotação das culturas que cultivam, eles também são influenciados pelo preço atual de cada uma. Atualmente, os preços da soja estão muito mais elevados do que os do milho, dando aos agricultores um incentivo para escolher a oleaginosa em 2021/2022.
Tanto a soja quanto o milho precisam de mais área, mas apenas um deles vai ganhar. Neste momento, a soja vai ganhar porque seu preço está mais alto. Os agricultores provavelmente deixarão de plantar milho em favor da soja nos EUA em 2021/2022. Uma oferta menor de milho vem junto com o aumento da demanda pelo cereal de duas fontes. Em primeiro lugar, o consumo de gasolina aumentou em linha com a recuperação recente da economia global. E isso significa mais necessidade de etanol para mistura no combustível fóssil, e nos EUA o etanol é produzido a partir do milho. A China precisa de milho para alimentar um número crescente de suínos à medida que reconstrói seu rebanho, devastado em 2019 por um surto massivo de peste suína africana. A doença resultou no abate de mais de 250 milhões de animais. Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.