02/Dez/2020
Os contratos futuros de milho fecharam em baixa nesta terça-feira (1º/12) na Bolsa de Chicago, após operarem em alta em parte da sessão. O contrato com vencimento em março, o mais líquido, recuou 5,25 cents (1,23%) e fechou a US$ 4,20 por bushel. As cotações foram influenciadas por um movimento de realização de lucros. Conforme a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), fundos de investimento aumentaram as apostas de altas dos preços de milho em 3,12% na semana encerrada na última terça-feira (24/11), de 278.889 para 287.599 lotes, abrindo espaço para mais embolsos de lucros. Qualquer notícia baixista poderia desencadear uma grande venda de milho. O maior problema para o milho agora é o grande volume comprado, que corre o risco de ser liquidado se os gatilhos de venda começarem a ser atingidos.
No entanto, a expectativa é de continuidade da demanda internacional pelo cereal dos Estados Unidos, que ainda está com preços competitivos em relação aos do resto do mundo, apesar de os futuros do milho estarem nos níveis mais altos em mais de um ano. A previsão de chuvas moderadas a fortes em regiões produtoras do Brasil pode ter contribuído para o recuo das cotações. Segundo a meteorologia, são esperadas precipitações para as áreas centrais e do Sul do País nos próximos dez dias. O clima no Brasil é acompanhado com atenção pelo mercado, já que tanto na Região Centro-Oeste como na Região Sul as plantações de soja e milho de verão carecem de mais umidade para se desenvolver.
A queda ocorreu apesar da perspectiva de que o próximo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, poderá incentivar mais o consumo doméstico de etanol do que a Administração de Donald Trump. A Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos (RFA), grupo comercial que representa a indústria do etanol norte-americana, afirmou que prefere que a atual diretoria da Agência de Proteção Ambiental do País (EPA) fique de fora da definição, agora, de novas regulamentações para uso de combustíveis renováveis no país, até que Joe Biden assuma a presidência. Não deveria ser surpresa que a EPA esteja perdendo o prazo legal para publicar a regra final para 2021. O governo Biden provavelmente será mais favorável à indústria do etanol, o que pode levar a um maior consumo doméstico de milho nos Estados Unidos.