01/Dez/2020

Os contratos futuros de milho fecharam em baixa nesta segunda-feira (30/11) na Bolsa de Chicago. O contrato com vencimento em março, o mais líquido, recuou 7,75 cents (1,79%) e fechou a US$ 4,26 por bushel. As cotações foram pressionadas por reportes de chuvas na América do Sul, que poderiam amenizar perdas nas lavouras do cereal da safra de verão (1ª safra 2020/2021). Apesar das precipitações, o Rio Grande do Sul pode ter novo corte nas projeções de produtividade, por já possuir perdas consolidadas. Caso a perspectiva seja confirmada, poderá impulsionar os futuros de milho.

A desvalorização do dólar no mercado internacional contribuiu para as perdas do milho, ao diminuir a competitividade do etanol, produzido majoritariamente com o cereal nos Estados Unidos. Os futuros do combustível aceleraram perdas à tarde com a indefinição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre uma possível prorrogação do acordo de cortes na produção no ano que vem. A reunião de países do grupo continua nesta terça-feira (1º/12). As cotações também podem ter sido influenciadas pelos futuros do trigo, que recuaram na Bolsa de Chicago após o governo da Rússia ter dito que pretende aumentar sua cota de exportação de trigo, elevando a oferta do cereal no mercado internacional.

As duas commodities costumam seguir a mesma direção, por serem substitutas em ração animal. A queda do milho foi limitada por novas vendas avulsas para o mercado internacional. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores do país venderam 344 mil toneladas do cereal para destinos não revelados, com previsão de entrega para a temporada vigente, 2020/2021. Traders costumam desconfiar que a nomenclatura é utilizada para aquisições chinesas. O USDA também reportou que o volume inspecionado na semana até 19 de novembro, 90.033 toneladas, foi 6,86% maior que na semana anterior.