18/Nov/2020

A movimentação de lotes de milho no Brasil segue lenta e não há sinais de que o cenário venha a mudar em breve. Em Mato Grosso, os vendedores sinalizam interesse em se desfazer de volumes a fim de abrir espaço para a soja de 2020/2021, mas estão firmes quanto aos preços. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste, os produtores já venderam grande parte da produção de milho esperada para 2020/2021 e agora, por insegurança quanto ao clima, preferem aguardar até terem melhor noção de qual serão as condições de semeadura e desenvolvimento do cereal. Os preços pararam de subir da forma expressiva como vinha sendo observado há cerca de um mês, mas seguem em patamares elevados. Os compradores continuam atentos a oportunidades para receber produto no ano que vem, ao mesmo tempo em que se dizem relativamente abastecidos para necessidades de curtíssimo prazo.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os produtores se mostram interessados em fechar alguns negócios, com a intenção de abrir espaço nos silos para a soja que será colhida daqui a alguns meses, mas a negociação não tem avançado por diferenças entre os preços de compra e venda. Os compradores indicam R$ 68,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento imediato, ou R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para retirada em dezembro e pagamento em janeiro, mas os vendedores querem os mesmos R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para embarque imediato e pagamento entre novembro e dezembro. A demanda doméstica continua firme, mas os compradores querem milho especialmente para as operações do ano que vem. Os exportadores indicam entre R$ 67,50 e R$ 68,00 por saca de 60 Kg, para retirada em janeiro do ano que vem e pagamento em março. Para a 2ª safra de 2021, tradings indicam R$ 47,50 por saca de 60 Kg, para embarque em julho do próximo ano e pagamento em agosto, e R$ 48,00 por saca de 60 Kg, para retirada e pagamento em agosto. Quanto ao cereal da 2ª safra de 2022, a indicação de compra é de R$ 43,00 por saca de 60 Kg, para retirada em junho de 2022 e pagamento em julho, mas não há interesse de venda.

No Paraná, na região norte, os compradores indicam R$ 76,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 10 dias. A demanda vem de granjas locais e consumidores de Santa Catarina. As fábricas indicam entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg, para entrega até 15 de dezembro e pagamento até o dia 20 do mesmo mês. Mas, quase não há mais milho em estoque da safra de verão (1ª safra 2019/2020) por negociar. Muitos compradores que ainda não haviam garantido suprimento se abasteceram nas últimas semanas, principalmente no norte do Estado, e conseguiram adquirir volumes até a colheita da safra de verão (1ª safra 2020/2021), considerando as pausas de fim de ano. Quanto à safra de verão (1ª safra 2020/2021), a negociação está parada. A referência de compra nominal para exportação está entre R$ 65,00 e R$ 67,00 por saca de 60 Kg nos Campos Gerais, para retirada em fevereiro e pagamento em março do próximo ano. Os vendedores estão cautelosos.