18/Nov/2020
Os contratos futuros de milho terminaram em alta nesta terça-feira (17/11) na Bolsa de Chicago, sustentados por dados referentes à demanda pelo grão dos Estados Unidos e ao aumento do saldo comprado de milho. O clima no Brasil, assim como a desvalorização do dólar ante o Real, também contribuiu para os ganhos. O vencimento março, o mais líquido atualmente, ganhou 2,50 cents (0,59%) e fechou a US$ 4,26 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores norte-americanos relataram vendas de 195 mil toneladas do cereal para o México.
Na segunda-feira (16/11), em seu relatório semanal de inspeção de grãos, o USDA havia informado que o volume inspecionado de milho nos portos na semana até 12 de novembro registrou alta de 18,37% ante a semana anterior, para 817.476 toneladas. Nos Estados Unidos, a safra de milho também continua adiantada. Até o dia 15 de novembro, 95% da safra havia sido colhida, 4% acima da semana passada e 8% a mais do que a média dos cinco anos anteriores, conforme relatório semanal de acompanhamento de safra publicado pelo USDA na segunda-feira (16/11).
Os dados, no entanto, tiveram pouca influência sobre o pregão desta terça-feira (17/11), prevalecendo a perspectiva de menores produção e estoque final do cereal na safra 2020/2021, reforçada pelo USDA em seu relatório mensal de oferta e demanda. O mercado também reagiu aos dados publicados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC). Fundos de investimento aumentaram suas apostas na alta dos preços de milho na Bolsa de Chicago 3,9% na semana encerrada não dia 10 de novembro, de 270.396 para 280.835 lotes. Atualizações sobre potenciais vacinas contra Covid-19 também deram suporte aos futuros do milho, assim como ao mercado de ações.
A leitura do mercado é de que a descoberta de uma vacina eficaz provavelmente estimularia maior circulação de veículos e, consequentemente, o consumo de combustíveis, incluindo etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é produzido majoritariamente a partir de milho. Contudo, notícias sobre o ressurgimento de casos são negativas para o milho. Traders estão preocupados que, com o aumento dos casos de coronavírus, os estoques de etanol podem continuar subindo na atualização semanal. A Administração de Informação de Energia do país (EIA) publicará relatório sobre estoques semanais e produção de etanol nesta quarta-feira (18/11).
A depreciação do dólar ante o Real também pode ter influenciado os futuros, ao desestimular a oferta do grão brasileiro, favorecendo a oleaginosa produzida nos Estados Unidos. O clima na América do Sul segue no radar, com a perspectiva de perdas na safra brasileira decorrentes de uma prolongada estiagem, especialmente no Brasil. Se a quebra for confirmada, parte da demanda pela soja brasileira poderá ser deslocada para os Estados Unidos. A meteorologia informou que há previsão de chuvas para parte das regiões produtoras do País, com volumes maiores esperados em áreas do Norte e precipitações leves previstas para o Centro-Sul.