06/Nov/2020
A comercialização de milho no spot e da safra de 2020/2021 ocorre pontualmente no Brasil, com produtores focados no plantio de soja, apostando em novas altas e postergando negócios. As cotações, de fato, seguem avançando, ainda que em ritmo menos acelerado do que o observado semanas atrás. Em meio a este cenário, nota-se a movimentação de consumidores da Região Sul do País, há ao menos duas semanas, tentando garantir já volumes da 2ª safra de 2021. Com a estiagem que vem afetando regiões produtoras e a perspectiva de quebra no Rio Grande do Sul, as empresas locais se antecipam a uma eventual escassez de produto no ano que vem. No spot, apenas relatos de negócios pontuais, quando surgem.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, há registro de negócios pontuais da 2ª safra de 2021 para compradores do Rio Grande do Sul, a R$ 57,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho de 2021 e pagamento em agosto. Mas, a maior parte das indicações de compra é de R$ 55,00 por saca de 60 Kg. Os preços indicados para exportação da 2ª safra de 2021, no momento, não são competitivos no Estado, em torno de R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB Dourados (R$ 56,00 por saca de 60 Kg CIF em ferrovia de Maringá, no Paraná). No spot, a comercialização está paralisada. Os compradores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata em Dourados e pagamento no fim de novembro, sem interesse de venda. Para exportação, as indicações atuais chegam a R$ 69,00 por saca de 60 Kg FOB e, portanto, não atraem ofertas. Os compradores afirmam ter estoque para algum tempo e preferem aguardar por uma eventual baixa dos preços, mas terão que retornar às compras em breve.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, as granjas indicam R$ 90,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 10 dias. Os produtores que têm milho estocado optam por adiar novos acordos. Os preços devem permanecer sustentados por algumas semanas porque, além de restar pouco milho nos silos, os produtores estão se concentrando na colheita de trigo no momento, enquanto as granjas ainda precisam se abastecer. A negociação antecipada de safra de verão (1ª safra 2020/2021) está parada e não referências de compra. Os produtores estão com receio em virtude do clima.