ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

23/Out/2020

Tendência de preços globais sustentados do milho

Os preços do milho na Bolsa de Chicago têm se sustentado principalmente por causa das grandes compras chinesas do grão dos Estados Unidos, que já somam 10,1 milhões de toneladas para a safra 2020/2021. Essas aquisições têm sido feitas acima das cotas de importação definidas pela China em relação aos Estados Unidos, atualmente em 7,2 milhões de toneladas. Por isso, há possibilidade de a China rever essas cotas. Na safra anterior, referente ao ciclo 2019/2020, as compras do grão dos Estados Unidos pela China já haviam sido maiores do que os números de costume, alcançando 2 milhões de toneladas. Porém, este montante relativo à próxima safra significa compras e não embarques. Por isso, pode haver cancelamentos, mas essas compras têm dado sustentação aos preços internacionais do milho.

Apesar das compras crescentes da China, inclusive do Brasil, conforme os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país asiático ainda está com um estoque interno de milho bastante robusto. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) calculou em 188,9 milhões de toneladas os estoques de passagem da China em 2020/2021, ante estoques iniciais de 200,92 milhões de toneladas. A produção chinesa de milho deve alcançar em 2020/2021 um total de 260 milhões de toneladas. Quanto às importações, a projeção é de 7 milhões de toneladas, mas, só dos Estados Unidos, a China já adquiriu 10,1 milhões de toneladas. Por isso, as importações chinesas podem ser consideravelmente maiores do que o volume estimado pelo USDA. O consumo interno da China deve alcançar 279 milhões de toneladas.

Outro ponto de atenção e que também deve continuar sustentando os preços globais da commodity é que o consumo mundial de milho tende a ultrapassar a produção. Estimativas indicam estoques mundiais na casa de 300 milhões de toneladas em 2020/2021. De qualquer forma, há dúvidas sobre a safra da América do Sul, além da Ucrânia, que também foi afetada por um clima mais seco e a China ter sofrido com tufões. O mundo está consumindo mais milho do que produzindo. Isso é um ponto de atenção e com isso fica a dúvida do que pode acontecer no balanço chinês entre consumo, importação e produção. Em relação ao Brasil, os preços domésticos continuam sustentados, mesmo com uma 2ª safra de 2020 recorde. Para 2020/2021, apesar das dúvidas em relação ao atraso do plantio da soja, o produtor já vendeu 40% da produção de milho da 2ª safra de 2021.

O consumo do grão para produção de etanol é firme. Na safra 2019/2020, 6 milhões de toneladas de milho foram utilizadas para produzir o biocombustível. Na safra 2020/2021, a perspectiva é de consumo de 7,5 milhões de toneladas de milho para produção de etanol, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Adicionando-se, então, o consumo de etanol, há previsão de um estoque de passagem de 10 milhões de toneladas de 2020 para 2021. Aparentemente, é um estoque confortável, mas não necessariamente. Esses 10 milhões de toneladas deverão atender todo o consumo nacional e exportações até a entrada da 2ª safra de 2021, adicionando-se aí os 27 milhões de toneladas da safra de verão (1ª safra 2020/2021) do Rio Grande do Sul. De todo modo, é um estoque apertado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.