21/Out/2020
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) considerou positiva a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de zerar a alíquota do imposto de importação para soja em grão, farelo e óleo e para milho. Há cerca de um mês e meio, a entidade havia pedido ao governo que zerasse temporariamente a alíquota do milho importado de fora do Mercosul. Quando foi feito o pedido, a expectativa era de que haveria mais pressão de milho, mas a soja também foi para patamares elevados. A viabilidade ou não da importação depende da situação de cada empresa. O mais importante é que existe uma alternativa. Aqueles que estavam simplesmente segurando o milho para esperar um aumento muito maior agora passam a ter um concorrente.
O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu na sexta-feira (16/10), em reunião extraordinária, a partir de propostas apresentadas pelos ministérios da Agricultura (sobre a soja) e da Economia (sobre o milho), zerar a alíquota do imposto de importação para o complexo soja (grão, farelo e óleo) e para o milho a fim de manter o equilíbrio na oferta desses produtos no mercado doméstico. A suspensão temporária do imposto de importação para soja em grão, farelo e óleo valerá até 15 de janeiro de 2021. Em relação ao milho, as importações brasileiras sem taxas poderão ocorrer até 31 de março de 2021.
Os consumidores de ração estão calculando os custos do produto e do transporte para tomar a decisão sobre importar ou não, mas há relatos de interesse de consórcios de criadores do Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e de empresas do setor sobre essa possibilidade. No caso da soja e derivados, o prazo para importação é apertado, mas no caso do milho é razoável e possível importar milho do exterior (de fora do Mercosul). A ABPA também reiterou ao governo o pedido de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha um sistema de informação de vendas antecipadas de grãos a exemplo do adotado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a fim de que consumidores locais possam planejar melhor suas compras.
Outro pedido foi de aumento dos financiamentos para as integradoras ampliarem capacidade de armazenagem de grãos para permitir mais negociações futuras. Com a tarifa de importação zerada, uma opção de fornecimento para a indústria de proteína animal são os Estados Unidos. Só o fato de ter uma alternativa pode possibilitar maior importação de Paraguai e Argentina, a concorrência ajuda. O Indicador Cepea/Esalq/BM&F, que um ano atrás estava em R$ 43,04 por saca de 60 Kg, hoje está cotado a R$ 71,49 por saca de 60 Kg. O setor não é contra a exportação de grãos e derivados, mas quer acesso a matérias-primas essenciais à produção. O custo elevado dos insumos teria de ser repassado para as carnes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.