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13/Out/2020

Tendência é de alta dos preços do milho no Brasil

Com oferta restrita por parte dos vendedores e alta das cotações externas, a tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro nesta entressafra de 2020. As cotações devem seguir sustentadas também em 2021, com a ameaça de quebras na safra de verão, diante da confirmação da efetiva instalação do fenômeno “La Niña” que se estenderá até o outono do próximo ano. A baixa disponibilidade doméstica, a posição firme de vendedores e a demanda aquecida nos portos sustentam o movimento de alta nos valores domésticos do milho em praticamente todas as regiões. Em alguns casos, cooperativas e consumidores cedem e pagam os valores maiores pedidos por vendedores para conseguir realizar novos negócios. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 67,55 por saca de 60 Kg, com alta de 5,2% nos últimos sete dias e de expressivos 6,2% no acumulado parcial deste mês.

Diante disso, o Indicador vai se aproximando do patamar recorde real da série, de R$ 78,62 por saca de 60 Kg, observado em dezembro/2007 (valores deflacionados pelo IGP-DI de setembro/2020). Nos últimos sete dias, as altas são de 3,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 4,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Nos portos, as tradings seguem demandando bons volumes e ofertando valores de 2,00 a 3,00 por saca de 60 Kg acima dos praticados do interior, dificultando ainda mais as vendas no físico. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), nos últimos sete dias, os avanços são de 3,4% e 2,4%, respectivamente. No mesmo período, na B3, os contratos Novembro/2020 e Janeiro/2021 apresentam valorizações de 6,6% e 6,5%, respectivamente, a R$ 70,96 por saca de 60 Kg e R$ 71,23 por saca de 60 Kg.

A safra 2020/2021 está estimada pela nossa Consultoria em 111,1 milhões de toneladas, incremento de 8,4% frente à anterior e um recorde. As exportações brasileiras estão estimadas em 39 milhões de toneladas em 2021. O consumo doméstico deve crescer 3 milhões de toneladas entre a atual safra e a próxima, refletindo o bom momento do setor de proteína animal. Assim, ao final da temporada (janeiro/2022), a projeção de estoque é de 11,7 milhões de toneladas, 12% acima do volume estimado para a temporada atual (janeiro/2021), de 10,5 milhões de toneladas. O plantio da safra 2020/2021 avança, apesar de o volume de chuva insuficiente até o meio da semana passada. No Paraná, 65% da área de milho da safra de verão (1ª safra 2020/2021) foi plantada, 4% abaixo do mesmo período do ano passado. No Rio Grande do Sul, as chuvas localizadas permitiram alguns avanços nas regiões de Erechim e Bagé. Nas regiões de Ijuí e Santa Rosa, a pouca umidade do solo dificulta os trabalhos. 60% da área estimada para o milho no Estado foi semeada, avanço de 7% em relação à semana anterior e ainda 4% acima do verificado em 2019.

Na Argentina, a umidade restrita foi o principal fator para a lentidão da semeadura dos lotes. Segundo Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 20,8% da área nacional foi plantada até o dia 8 de outubro, avanço semanal de apenas 5,4%. Quanto às lavouras norte-americanas, de acordo com o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o País colheu 25% do total da área até o dia 5 de outubro, percentual próximo (24%) da média dos últimos cinco anos e avanço de 10% em relação à semana passada. Na Bolsa de Chicago, os preços seguem avançando, influenciados pela expectativa de redução nos estoques de soja e milho e pela valorização do trigo. Nos últimos sete dias, os contratos de Dezembro/2020 e Março/2021 registram valorização de 1,1% e 0,7%, a US$ 3,87 por bushel e a US$ 3,94 por bushel, respectivamente. O contrato Maio/2021 apresenta avanço de 0,64%, a US$ 3,99 por bushel. Fontes de dados e elaboração: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.