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05/Out/2020

Tendência altista com oferta restrita e exportação

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a oferta retraída e o aumento dos volumes exportados. A alta do dólar eleva a paridade de exportação nos portos e alavanca os preços no interior. Os preços do milho continuam em alta na maior parte das regiões. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F segue renovando as máximas nominais. Nos últimos sete dias, o avanço é de 4,8%, indo para R$ 64,22 por saca de 60 Kg. A média de setembro do Indicador, de R$ 60,06 por saca de 60 Kg, foi a maior, em termos nominais, de toda a série mensal do Cepea, iniciada em 2004. Em termos reais, trata-se da maior média desde março/2020, quando foi de R$ 62,70 por saca de 60 Kg (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2020). Esse aumento está atrelado, especialmente, à retração de vendedores, que estão atentos ao clima seco e quente e aos possíveis impactos desse cenário sobre a safra verão (1ª safra 2020/2021).

Além disso, destaca-se que a forte desvalorização do Real frente ao dólar (de 40,7% no acumulado da parcial deste ano) tornou o milho brasileiro mais competitivo no mercado externo, elevando a demanda internacional. Assim, muitos vendedores adiantaram a comercialização do cereal, o que tem reduzido a disponibilidade doméstica, mesmo diante de uma produção recorde. Do lado comprador, muitos mostram maior interesse em novos negócios, reforçando as altas nos preços do milho. Nos portos, os preços estão em alta, o que também influencia os avanços no interior do País. No Porto de Paranaguá (PR), o milho é negociado a R$ 65,23 por saca de 60 Kg, altas de 5% nos últimos sete dias e de 9,8% em setembro. As exportações no mês passado somaram 6,4 milhões de toneladas. Na safra 2019/2020 (de fevereiro/2020 a setembro/2020), os embarques totalizam 18,1 milhões de toneladas, 29% abaixo do registrado no mesmo período da temporada anterior.

Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 4,9% no mercado balcão (valor pago ao produtor) e de 3,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Em setembro, os avanços foram de respectivos 8,4% e 6,0%. Os compradores, atentos aos embarques aquecidos e na baixa disponibilidade doméstica, começam a ficar receosos quanto ao movimento dos preços nos próximos meses. Na B3, nos últimos sete dias, os contratos Novembro/2020 e Janeiro/2021 registram alta de expressivos 6,3% e 6,6%, indo para R$ 66,58 por saca de 60 Kg e R$ 66,88 por saca de 60 Kg. Em setembro, os aumentos foram de 10,4% e 10,8%, na mesma ordem. No campo, os produtores finalizaram a colheita da 2ª safra de 2021 e, agora, aguardam chuvas para seguir com a semeadura, no caso da Região Sul do País, ou para iniciá-la, no caso de São Paulo.

Os produtores do Paraná seguem semeando, com 40% da área estadual estimada já implantada até o dia 28 de setembro. A qualidade das lavouras, no entanto, está inferior à verificada no mesmo período de 2019. No Rio Grande do Sul, o semeio se intensificou apesar das geadas e das temperaturas mais baixas registradas no início da semana passada em algumas regiões. O plantio soma 53% da área estimada, avanço de 7% em relação à semana anterior e ainda 4% maior que em 2019. Até o momento, todas as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. Na Argentina, chuvas voltaram a melhorar as reservas de água no solo e produtores seguem com os trabalhos de campo. Nos Estados Unidos, a colheita da safra 2020/2021 segue avançando. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 15% da área havia sido colhida até o dia 28 de setembro, avanço semanal de 5%, mas 1% abaixo da média dos últimos cinco anos (2015-2019).

O clima favoreceu a maturação do cereal, alcançando 75% da área daquele país. Quanto às condições das lavouras, 61% da safra norte-americana está entre boa e excelente; 25%, em médias e 14%, entre ruim e muito ruim. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de milho estão avançando, impulsionados por dados indicando menores estoques e pela maior demanda externa. Segundo o USDA, as reservas de milho até 1º de setembro somavam 50,67 milhões de toneladas, contra 56,41 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Na semana encerrada no dia 24 de setembro, os Estados Unidos exportaram 2 milhões de toneladas, acima do esperado pelo mercado, de aproximadamente 1,4 milhão. Nos últimos sete dias, os vencimentos Dezembro/2020 e Março/2021 apresentam valorização de 5,3% cada, a US$ 3,82 por bushel e a US$ 3,92 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.