28/Ago/2020

Os preços do milho no mercado brasileiro continuam sustentados, mesmo com a entrada da 2ª safra de 2020. O dólar forte ante o Real, o consumo em alta e a exportação aquecida mantém os preços remuneradores. Os preços domésticos devem continuar sustentados, com potencial de uma queda mais expressiva em meados de 2021. Do lado da demanda, são fatores altistas para as cotações as exportações brasileiras acentuadas e o forte consumo doméstico do cereal para alimentação animal e produção de biocombustível. O consumo de milho no Brasil deve atingir 68,5 milhões de toneladas na safra 2019/2020 ante 64,9 milhões de toneladas na safra 2018/2019.

A produção de etanol de milho deve atingir 6 milhões de litros neste ano e deve superar 7 milhões de litros em 2021. O dólar forte ante o Real favorece também o adiantamento das vendas com a comercialização antecipada da 2ª safra de 2020 tendo passado de 30% da produção esperada. Esse cenário de preços remuneradores tende a estimular a semeadura da 2ª safra de 2021. As margens favoráveis incentivam o plantio do cereal, que deve alcançar uma área recorde. Estima-se que a área plantada com a 2ª safra de 2021 pode chegar em 14 milhões de hectares.

Quanto ao possível impacto da retirada de tarifa de exportação comum (TEC) sobre o milho importado de fora de países do Mercosul nos preços do cereal, o reflexo não deve ser expressivo. A redução dos preços é o maior objetivo da retirada da TEC, mas não deve haver queda significativa nos preços do milho. O câmbio e demanda continuam sustentando cotações. Mesmo com a retirada da tarifa, o Brasil tende a importar volume pouco expressivo de cereal vindo de fora do Mercosul por dificuldades logísticas que encarecem o produto. Mesmo que esse milho chegue competitivo no porto, há toda uma questão de logística interna para ser feita. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.