ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

10/Ago/2020

Tendência altista para o preço do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho no curto prazo, com ofertas restritas, grande parte da 2ª safra de 2020 negociada antecipadamente, dólar em patamares elevados e demanda aquecida para rações no mercado interno. Para seguir com preços sustentados, entretanto, as exportações brasileiras de milho terão que ganhar ritmo a partir desse mês, pois os excedentes são elevados na atual safra. Na B3, as cotações registram forte avanço e atingem os maiores patamares dos contratos em aberto. O vencimento Setembro/2020 apresenta valorização de 8,6% nos últimos sete dias e de 26,1% nos últimos 60 dias. Na sexta-feira (07/08), as principais cotações registraram altas entre 1,10% e 1,95%. O vencimento setembro/2020 atingiu R$ 54,80 por saca de 60 Kg, com valorização de 1,95%, novembro/3020 atingiu R$ 55,30 por saca de 60 Kg com alta de 1,56%, janeiro/2021 bateu em R$ 55,60 por saca de 60 Kg com alta de 1,53% e março/2021 atingiu R$ 55,00 por saca de 60 Kg, com alta de 1,10%.

Mesmo com o avanço da colheita da 2ª safra de 2020, os produtores brasileiros seguem retraídos das vendas, comercializando apenas lotes pontuais. As demandas internas e externas estão aquecidas. Os consumidores indicam que, além da dificuldade em fazer novos negócios, as entregas de lotes já adquiridos antecipadamente estão atrasadas. Nesse contexto, os preços do cereal seguem em alta na maior parte das regiões. O Indicador ESALQ/BM&F (base Campinas-SP) está cotado a R$ 52,59 por saca de 60 Kg, voltando ao patamar nominal verificado em abril. Nos últimos sete dias, a alta do Indicador é de 4,2%. Nos últimos sete dias, o avanço nos preços em Mato Grosso, na região de Rondonópolis é de expressivos 7,5%, a R$ 41,20 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso do Sul, na região de Maracajú, a elevação é de 5,0% e em Goiás, na região de Rio Verde, a alta no período é de 1,3%.

Nos últimos sete dias, a alta é de 2,9% no mercado balcão (preço recebido pelo produtor) e de 4,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Nos portos, os negócios realizados e/ou as ofertas de compra para entrega no spot em Paranaguá (PR) ou em Santos (SP) chegam a R$ 53,00 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços médios nestas regiões registram alta de 6,9% e 6,3%, respectivamente, indo para R$ 52,37 por saca de 60 Kg e R$ 51,96 por saca de 60 Kg. Com preços mais atrativos e as entregas nos portos em ritmo acelerado, o Brasil exportou em julho 4,153 milhões de toneladas, volume 30% inferior ao mesmo período de 2019, mas muito superior às 348 mil toneladas embarcadas em junho. A colheita da 2ª safra de 2020 segue em ritmo intenso, favorecida pelo clima seco. As atividades no Paraná chegaram a 37% da área estadual até o dia 3 de agosto, significativo avanço de 11% ante a semana anterior.

A estimativa de produção da 2ª safra de 2020 no Paraná é de 11,5 milhões de toneladas, queda de 13% em relação ao ano anterior, o que se deve à estiagem durante o desenvolvimento das lavouras. Em Mato Grosso, entre 27 e 31 de julho, houve avanço de 6,8% na colheita, atingindo 93,5%. A produtividade do Estado caiu 3,1%, mas foi compensada pelo aumento na área de 6,5%. Assim, a produção deve somar 33,48 milhões de toneladas, 3,2% superior à de 2019. Em Mato Grosso do Sul, até o final de julho, os trabalhos de campo atingiram 13,4% da área total do Estado. A região norte está mais avançada, porém, somando apenas 25%. No Rio Grande do Sul, os produtores seguem intensificando os preparativos para a safra de verão (1ª safra 2020/2021), em busca de financiamentos e atentos ao clima, especialmente a possibilidades de geadas. Por enquanto, as expectativas são de redução na área plantada, influenciadas pelos elevados preços de soja para a próxima safra.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o clima mais favorável na Argentina permitiu a finalização da colheita. A produtividade média registrada até o momento é de 8,17 toneladas por hectare, com produção totalizando 50 milhões de toneladas, superando, pela primeira vez, a produção de soja (49,6 milhões de toneladas). Nos Estados Unidos, a qualidade das lavouras segue estável. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que, até o dia 31 de julho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam por 72% da área, 15% acima de 2019. Além disso, 39% da safra já tinha formado grãos e 92%, espiga. Com as lavouras apresentando bom desenvolvimento e previsões indicando chuvas esparsas e temperaturas próximas da média na maior parte das regiões norte-americanas, as cotações externas estão recuando. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos de Setembro/2020 e Dezembro/2020 estão cotados a US$ 3,11 por bushel e a US$ 3,23 por bushel, respectivas quedas de 1,43% e de 0,92% nos últimos sete dias. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.