05/Ago/2020
Segundo o Itaú BBA, a continuidade da colheita do milho da 2ª safra de 2020 no Brasil pode trazer os preços do cereal para próximo da paridade de exportação, mas ainda assim se manterão em patamares altos. As cotações domésticas estão superiores às da paridade (valor calculado a partir dos futuros na Bolsa de Chicago, dos prêmios pagos no porto e da conversão do dólar para o Real). Com o avanço da colheita, a expectativa é de que as cotações voltem a oscilar próximas aos patamares de paridade de exportação. Entretanto, a paridade tende a seguir em níveis altos diante do Real desvalorizado (ante o dólar) e do mercado interno demandante, na esteira do momento positivo da indústria de proteína animal, o que ajuda a elevar os prêmios nos portos.
Os preços do milho voltaram a subir em julho, a despeito do avanço da retirada do cereal de 2ª safra do campo e da valorização do Real (ante o dólar). A boa capitalização do produtor, em virtude dos resultados apurados com a soja e do elevado volume de comercialização antecipada, tem reduzido a necessidade de agricultores ofertarem no mercado a produção ainda não negociada. No mercado internacional, os futuros do milho terão espaço limitado para grandes altas, por causa do cenário favorável ao desenvolvimento da safra norte-americana, que pode levar o mercado a revisar para cima a expectativa de produção do país.
Outro fator baixista é a incerteza sobre o incremento da demanda por milho para etanol nos Estados Unidos, dadas as dúvidas sobre a recuperação da atividade econômica e do consumo de combustíveis no país. Em julho, os futuros do cereal na Bolsa de Chicago fecharam o mês em US$ 3,16 por bushel, queda de 6,6% em relação ao fim de junho. Praticamente todo o ganho observado após o relatório de área plantada divulgado no fim de junho foi devolvido. No entanto, possíveis pioras do cenário climático nos Estados Unidos e um aumento das importações chinesas, em virtude do crescimento do déficit de produto no país, podem precipitar alguma alta das cotações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.