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13/Jul/2020

Tendência de preços do milho sustentados no País

A tendência é de preços sustentados para o milho no mercado brasileiro, com a oferta retraída, dólar em patamares firmes elevando a paridade de exportação nos portos brasileiros, consumo interno aquecido e maior movimentação de embarques para o exterior neste mês de julho. Enquanto vendedores têm limitado a oferta de milho no mercado doméstico, demandantes se mostram interessados em adquirir novos lotes. Nesse cenário, os preços do cereal seguem avançando na maior parte das regiões. A liquidez, no entanto, é baixa. Nos últimos sete dias, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está operando acima de R$ 50,00 por saca de 60 Kg, cotado a R$ 50,31 por saca de 60 Kg, alta de 1,0% no período. Na B3, o contrato com vencimento em Julho/2020 está cotado a R$ 51,16 por saca de 60 Kg, elevação de 5,2% nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2020 registra alta de 4,2% no período, a R$ 48,69 por saca de 60 Kg.

Os preços na região dos portos também seguem firmes, sustentados pelo maior interesse de compradores externos. Nos últimos sete dias, as elevações são de 1,5% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,9% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). A colheita da 2ª safra está em ritmo maior na Região Centro-Oeste, mas não o suficiente para pressionar os valores. No geral, em Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro (MG), as atividades são favorecidas pelo tempo seco. Em Mato Grosso, até o dia 3 de julho, 46,1% da área havia sido colhida, avanço semanal de 14,6%. Os produtores dessa região priorizam o cumprimento de contratos e aguardam melhores oportunidades para realizar novos negócios no spot. Em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, os trabalhos de campo ainda estão lentos e atrasos na entrega influenciam a sustentação dos preços. Nestes Estados e no Paraná, chuvas pontuais limitam as atividades. Até o dia 6 de julho, a colheita correspondia por 8% da área, atraso de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

A 2ª safra brasileira de 2020 está estimada em 73,5 milhões de toneladas. Os números são inferiores aos de junho, devido a ajustes nas produções de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. Para o milho da 1ª safra de 2020, houve reajuste na produção nacional para 25,57 milhões de toneladas, 0,3% menor que a da temporada anterior. Com isso, a produção total está estimada em 100,5 milhões de toneladas, 0,5% maior que a safra anterior. Caso as estimativas se confirmem, a disponibilidade interna (resultado da soma entre estoque inicial, produção e importação) será de 111,6 milhões de toneladas. O consumo interno está estimado em 68,42 milhões de toneladas, o que levaria os estoques finais para 8,72 milhões de toneladas em janeiro/2021, o menor desde a safra 2015/2016. Para isso, é necessário que se confirme a estimativa de exportação de 34,5 milhões de toneladas, 6,6 milhões de toneladas a menos que na temporada anterior.

Por enquanto, o ritmo de embarques é calmo se comparado a 2019, mas as saídas de julho mostram reação. Ressalta-se que a União Europeia zerou a tarifa para importação do milho brasileiro, o que pode intensificar os embarques nacionais nas próximas semanas. Na Argentina, a colheita segue avançando, mesmo com dias nublados e com a alta umidade nas lavouras. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 6 de julho, 71% das lavouras de milho do país apresentam condições boas ou excelentes, 2% abaixo da semana anterior e 14% inferior ao do mesmo período de 2019. Na Bolsa de Chicago, os contratos estão em alta, impulsionados por previsões de clima seco no Meio Oeste dos Estados Unidos, o que pode causar bastante estresse às lavouras. Os contratos de Julho/2020 e Setembro/2020 registram valorização de 2,5% e 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 3,51 por bushel e a US$ 3,48 por bushel, respectivamente. O contrato Dezembro/2020 apresenta avanço de 0,9%, cotado a US$ 3,57 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.