10/Jul/2020
Segundo o Itaú BBA, o bom nível de capitalização do produtor rural, remunerado pelas vendas de grãos da safra de verão, e o estágio avançado da comercialização antecipada do milho 2ª safra de 2020 devem limitar a queda das cotações do cereal no Brasil em julho. Adicionalmente, o cenário aponta para estoques de passagem em 2021 em níveis baixos no Brasil, o que também pode minimizar os impactos negativos sobre os preços. O estoque final de milho na temporada 2019/2020 deve ficar em 10 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas a menos do que no fim da safra 2018/2019. A perspectiva de produção é de 100 milhões de toneladas em 2019/2020, exportação de 34 milhões de toneladas (ante 41 milhões de toneladas em 2018/2019), e consumo interno de 68 milhões de toneladas (acima das 65 milhões de toneladas no ciclo anterior).
Apesar da oferta restrita por parte dos produtores e de ser esperada quebra de produtividade nas lavouras de 2ª safra em relação ao previsto no início do plantio, a chegada de um volume maior de cereal da 2ª safra de 2020 ao mercado, em julho, deve empurrar as cotações para níveis próximos da paridade de exportação, influenciando negativamente as cotações. No mercado internacional, o cenário é de grande disponibilidade de milho nos Estados Unidos e os maiores estoques de passagem da história do país. Essa previsão já considera que o governo norte-americano tenha revisto, para baixo, sua estimativa de área plantada em 2020/2021, o que deve reduzir os estoques finais em cerca de 20 milhões de toneladas ante a expectativa anterior. Esse cenário, atrelado à boa safra esperada na Ucrânia e assumindo uma normalidade das exportações da Argentina, sugere que não há muito espaço para grandes altas adicionais às cotações da Bolsa de Chicago. O quadro pode mudar se houver indícios de problemas que afetem a produção nos dois países do Hemisfério Norte. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.