08/Jul/2020
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado nesta terça-feira (07/07), a importação de milho pela China na safra 2019/2020 deve crescer 500 mil toneladas, para 6,5 milhões de toneladas. O incremento deve se dar após dados aduaneiros chineses terem mostrado que as compras do cereal cresceram 29,8% de janeiro a abril na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,14 milhões de toneladas. A projeção para importação de milho em 2020/2021, entretanto, permanece inalterada, em 7 milhões de toneladas. Cerca de 6,6 milhões de toneladas da cota tarifária obrigatória da China foram alocadas até o momento neste ano, das quais 2,88 milhões de toneladas teriam sido alocadas a empresas privadas. A estatal Cofco, por exemplo, teria comprado cerca de 500 mil toneladas de milho da Ucrânia e 1,5 milhão de toneladas dos Estados Unidos.
Até setembro, é prevista importação de mais 1 milhão de toneladas pela empresa. Os chineses estão observando elevados preços para o milho doméstico, que são cerca de 10% mais altos do que os do cereal importado, em decorrência de uma escassez de oferta regional. Mesmo com a tarifa de 25% sobre as compras dos Estados Unidos, o milho norte-americano continua de 150 a 160 yuans por tonelada mais barato do que o milho doméstico nos portos do norte e 200 yuans por tonelada mais barato nos portos do sul da China. Em reposta ao aumento dos preços, o governo iniciou as vendas da reserva temporária de milho em maio e deve leiloar o resto da reserva ao longo da temporada 2019/2020. Por isso, é possível que a China dependa de importações de grãos para atender à demanda de alimentos em 2020/2021.
A projeção de produção de milho na China em 2020/2021 foi mantida em 250 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 4% em relação à temporada anterior. Além da praga da lagarta-do-cartucho, a área plantada com o cereal foi bastante afetada em Heilongjiang pela pandemia do novo coronavírus, que aumentou em 40% os custos de mão-de-obra e em cerca de 15% os gastos com fertilizantes e pesticidas. Como a soja estava remunerando melhor do que o milho, muitos agricultores da região migraram a produção para a oleaginosa. Para o consumo em 2020/2021, a previsão foi reduzida em 2 milhões de toneladas ante o relatório anterior, para 278 milhões de toneladas. A revisão deve-se aos altos preços do milho e à baixa oferta de milho de boa qualidade. Dessa forma, é esperado que as empresas de ração se voltem para o trigo e o sorgo para preencher a lacuna do consumo reduzido de milho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.