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06/Jul/2020

Tendência é de alta dos preços do milho no Brasil

A tendência é de alta para os preços do milho no mercado brasileiro, sustentados pelo câmbio, pela oferta contraída, pelo grande volume de produto já comprometido antecipadamente à colheita e forte reação das cotações futuras em Chicago, com a gradual alta do preço do petróleo. Na B3, o vencimento julho/2020 está cotado a R$ 49,20 por saca de 60 Kg, setembro/2020 a R$ 46,66 por saca de 60 Kg e novembro/2020 a R$ 49,16 por saca de 60 Kg. Os primeiros vencimentos estão em alta, mesmo com o avanço da colheita da 2ª safra nas principais regiões produtoras. Os primeiros volumes retirados dos campos são destinados para o cumprimento de contratos já firmados e não estão disponíveis no mercado. Para o último trimestre do ano, o volume disponível tende a ser menor e há risco de queda nas exportações brasileiras em função de um aumento na concorrência internacional após o início da colheita nos Estados Unidos e na Ucrânia.

Os preços interno e externo do milho seguem em alta. No Brasil, mesmo com a colheita da 2ª safra de 2020 avançando, os valores são sustentados pela retração de vendedores, que evitam negociar grandes lotes, pelas altas consecutivas nos portos e pela elevação no preço do frete. Neste cenário, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 49,79 por saca de 60 Kg, avanço de 4,8% nos últimos sete dias. No mesmo período, os aumentos são de 3,5% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 3,3% no mercado de lotes. Em São Paulo, os consumidores relatam dificuldades de recebimento nos lotes negociados antecipadamente. Nas regiões da Mogiana e São Carlos, as cotações apresentam alta de 4,9% e 4,3% nos últimos sete dias, respectivamente, indo para R$ 46,43 por saca de 60 Kg e R$ 48,51 por saca de 60 Kg.

Na Região Centro-Oeste, a demanda aquecida nos portos e a procura doméstica pontual elevam os valores. Em Goiás, na região de Rio Verde, a alta foi de 5,2% nos últimos sete dias, a R$ 39,51 por saca de 60 Kg, Em Mato Grosso, na região de Sorriso, o avanço no período é de 5,9%, a R$ 33,08 por saca de 60 Kg. Em Santa Catarina, os baixos estoques mantêm os valores em alta. No Rio Grande do Sul, com a redução na safra verão (1ª safra 2010/2020), os produtores armazenam a mercadoria para venda futura, buscando alcançar maiores patamares. Assim, em Santa Catarina, nas regiões de Campos Novos e Chapecó, os avanços são de 3,8% e 2,4% nos últimos sete dias. Nos portos, as altas nos últimos sete dias em Paranaguá (PR) e em Santos (SP) são de expressivos 4,7% e 5,6%, respectivamente, com médias de R$ 49,69 por saca de 60 Kg e de R$ 49,94 por saca de 60 Kg.

As negociações a termo para entrega nas regiões dos portos em meses futuros seguem aquecidas e com valores próximos a R$ 50,00 por saca de 60 Kg. Por enquanto, as exportações brasileiras ainda não ganharam ritmo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 348,1 mil toneladas em junho, volume 73,6% inferior ao do mesmo período do ano passado. Apesar disso, com a demanda aquecida nos portos nos últimos dias e com os patamares elevados, a perspectiva é de que as vendas externas ganhem ritmo nas próximas semanas. Em São Paulo, a colheita está no início e foi interrompida, devido a chuvas, o que limitou ainda mais a disponibilidade de milho no Estado. Em Mato Grosso, a colheita atinge 31,5% da área estadual estimada. Mesmo com o ritmo acelerado dos trabalhos de campo, 85,1% da 2ª safra 2019/2020 já foi negociada. A colheita no Paraná chegou a 5% da área estimada, com atraso de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos Estados Unidos, o desenvolvimento do milho da safra 2020/2021 apresenta leve melhora. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 29 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 73% da área e as médias, por 22%. As classificadas entre razoáveis e ruins somavam 5%. Projeções indicam que foram semeadas 37,23 milhões de hectares na temporada 2020/2021, área 5% menor que a estimativa de março, mas ainda 2,5% superior ao ano passado. Os estoques do cereal foram estimados em 132,7 milhões de toneladas, volume 0,4% acima do ano anterior. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, os vencimentos Julho/2020 e Setembro/2020 registram valorização de 7,9% e 7,2% respectivamente, a US$ 3,42 por bushel e a US$ 3,43 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.