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15/Jun/2020

Tendência de baixa com pressão da safra recorde

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado interno, com o avanço da colheita da 2ª safra de 2020, aumento das ofertas no disponível, fraco resultado das exportações no acumulado do ano e recuo dos patamares do câmbio, o que reduz a paridade de exportação nos portos brasileiros. Frente ao pico de R$ 57,41 por saca de 60 Kg na média de março/2020 no atacado em São Paulo, os preços do milho acumulam uma baixa de 18,4% até a parcial de junho. Entretanto, os preços ainda estão descolados da paridade internacional, o que segue inviabilizando as exportações brasileiras e elevando a disponibilidade no mercado interno. No acumulado de janeiro a maio de 2020, as exportações brasileiras de milho atingiram apenas 3,036 milhões de toneladas, expressiva queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior (7,842 milhões de toneladas).

Os preços do milho seguem em queda no mercado brasileiro, influenciados pela pressão de compradores, que estão atentos à colheita da 2ª safra. Apesar do atraso do semeio em algumas regiões, o clima favorável na finalização do desenvolvimento tende a elevar a produtividade e resultar em produção recorde. As atividades de campo ainda estão no começo, mas já se observa maior oferta de cereal no mercado de lotes, mas, um crescimento mais intenso na disponibilidade deve ser registrado a partir desta semana e em julho. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra queda de 3,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 46,81 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as quedas são de 2,9% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 3,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os primeiros vencimentos já refletem a possibilidade de safra volumosa, e as cotações também recuam.

O vencimento Julho/2020 está cotado a R$ 43,36 por saca de 60 Kg, queda de 1,9% nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2020 registra desvalorização de 1,6% no período, a R$ 42,45 por saca de 60 Kg. Por enquanto, as estimativas de exportação estão mantidas em 34 milhões de toneladas, 7 milhões de toneladas a menos que no ano anterior. Ressalta-se que estes números tendem a ser reajustados à medida que novas negociações avancem nos próximos meses. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou manutenção nas produções do Brasil e da Argentina na safra 2019/2020, em respectivamente 101 milhões de toneladas e 50 milhões de toneladas. A produção mundial da temporada 2019/2020 está estimada em 1,11 bilhão de toneladas e o consumo, em 1,12 bilhão de toneladas. O estoque subiu para 312,9 milhões de toneladas.

As estimativas para a safra 2020/2021 indicam recuperação na produção dos Estados Unidos, para 406,29 milhões de toneladas, e aumento no Brasil, para 107 milhões de toneladas. A produção mundial da safra 2020/2021 é projetada em 1,18 bilhão de toneladas do cereal, 6,7% acima da safra anterior. No Brasil, a colheita avança, favorecida pelo tempo seco. No Paraná, até o dia 8 de junho, a área colhida atingiu 3%. Das lavouras, 43% apresentam boas condições, 40%, medianas e 17%, ruins. Em Mato Grosso, até o dia 5 de junho, a área colhida atingiu 4,3% no Estado, com maiores avanços nas regiões médio norte e noroeste. Em Goiás e no Triângulo Mineiro (MG), a colheita também teve início nos últimos dias e os produtores já começam a entregar os lotes comercializados antecipadamente. Apenas em São Paulo e em Mato Grosso do Sul que a atividade ainda não apresenta significativo andamento.

Nos Estados Unidos, o plantio da temporada 2020/2021 avança de forma satisfatória. Até o dia 7 de junho, as atividades chegaram a 97% da área estimada, avanço de 19% frente ao ano passado e de 3% superior à média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita também tem apresentado bons avanços. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 61% da área nacional havia sido colhida até o dia 10 de junho, progresso de 5,4% frente à semana anterior. Apesar do bom andamento da safra norte-americana nesta temporada, a expectativa de que os estoques mundiais do cereal fossem maiores impulsionam as cotações internacionais. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2020 registra leve alta de 0,2% nos últimos sete dias, para US$ 3,29 por bushel. Os contratos Setembro/2020 e Dezembro/2020 estão cotados a US$ 3,35 por bushel e a US$ 3,43 por bushel, altas de 0,5% e 0,3%, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.