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17/Abr/2020

EUA: queda do petróleo afeta as usinas de etanol

Os impactos do coronavírus chegaram severamente à agroindústria dos Estados Unidos e causam prejuízos na produção de etanol de milho. Há fechamento de 30 plantas esmagadoras de milho para etanol diante da crise causada não só pelo coronavírus, mas também pela baixa intensa entre os preços do petróleo. Os processadores de um dos maiores grupos norte-americanos do setor já vinham contabilizando um prejuízo de US$ 2,60 por bushel esmagado de milho para a produção de etanol e derivados. Os Estados Unidos podem deixar de utilizar 20 milhões de toneladas de milho para a produção do biocombustível frente a todos os atuais problemas. 25% das usinas norte-americanas de etanol de milho estão com algum tipo de paralisação no momento.

Assim, a tendência de baixa para os preços do milho é inevitável. A manutenção e expansão das paralisações são esperadas, pelo menos, até o da 1ª de maio, e até lá, serão 35% das usinas impactadas pela queda na demanda do biocombustível, que é responsável por absorver 40% da produção de milho nacional. Além dos impactos no mercado norte-americano, os efeitos foram sentidos pelo mercado de milho e em suas relações com a produção de etanol diante das dificuldades enfrentadas pela China. Havia grande perspectiva de que a China aumentasse seu consumo do biocombustível, como importante ferramenta para reduzir os níveis de poluição, mas o coronavírus mudou todos os planos.

Claramente, a China tem outras preocupações no momento. Mas há expectativa de que os chineses renovem esse compromisso, talvez em um ano ou dois, mas, por enquanto, está suspenso. Em seu último boletim mensal de oferta e demanda divulgado no dia 9 de abril, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu sua estimativa para as importações de milho da China, bem como o uso do cereal nos Estados Unidos para a produção de etanol de 137,8 milhões de toneladas para 128,28 milhões de toneladas. Do mesmo modo, a estimativa é de aumento dos estoques finais norte-americanos do grão de 48,06 milhões de toneladas para 53,14 milhões de toneladas.

Assim, o novo boletim de oferta e demanda do USDA que chega em maio já deverá trazer um novo aumento nos estoques finais de milho dos Estados Unidos, menor demanda e uma possibilidade de área menor para o milho em relação ao estimado no dia 31 de março. Na sequência, porém, a expectativa é de que o mercado se volte às questões de clima e desenvolvimento da nova safra norte-americana. Diante da redução da demanda do milho, pode haver um aumento dos estoques finais até o fim da temporada 2019/2020, de 36 milhões de toneladas, sendo pelo menos 15 milhões de toneladas no setor de carnes e 21 milhões de toneladas no setor de etanol. É preciso que a recuperação do coronavírus continue. Enquanto esta situação não se resolve, segue a baixa na Bolsa de Chicago nos futuros do milho. Fonte: NA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.