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15/Abr/2020

EUA: redução na área de milho sustentaria preço

Segundo o Itaú BBA, as cotações dos futuros do milho na Bolsa de Chicago devem recuar mais caso produtores dos Estados Unidos não reduzam de forma expressiva a área a ser plantada com o cereal. A área cultivada com milho no país precisaria ser inferior a 38,04 milhões de hectares para que as cotações se mantivessem sustentadas. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou estimativa de 39,25 milhões de hectares semeados com o cereal no país. A queda de área teria de ser mais acentuada do que o cenário alternativo (de 38,04 milhões de hectares) para que os estoques finais da safra 2020/2021 permanecessem próximos dos níveis da safra 2019/2020 e, assim, sustentassem as cotações. A demanda por etanol vem caindo nos Estados Unidos, por causa do menor consumo de combustíveis decorrente das medidas de contenção da Covid-19 e da queda de 47% nos preços do petróleo desde o início de março.

Este fator levou ao recuo do preço da gasolina e do valor pago às usinas de etanol norte-americanas. A cotação do etanol nos Estados Unidos atingiu o menor índice desde 2007. O contrato de 1º vencimento em Chicago foi negociado ao redor de US$ 0,90 por galão no dia 9 de abril, queda de quase 30% ante o início de março. A produção de etanol nos Estados Unidos na semana encerada no dia 3 de abril foi 35% inferior ao da primeira semana de março, conforme a Administração de Informação de Energia (EIA). Apesar deste cenário, o USDA aumentou sua estimativa de área plantada com o cereal na safra 2020/2021 no país em 8% ante a safra anterior, ainda que tenha revisado para baixo, em 7%, sua previsão de uso de milho para etanol em 2019/2020 e elevado em 10% a projeção de estoque de passagem nesta mesma temporada.

É importante ter em perspectiva que a migração de área para soja nos Estados Unidos pode não ser tão grande, pois os níveis de rentabilidade da oleaginosa também são baixos e há uma preferência revelada do produtor norte-americano pelo plantio de milho. Com isso, a recomendação é de que os produtores brasileiros permaneçam atentos a oportunidades de negócios. Apesar de esperar uma relação apertada entre oferta e demanda por milho no Brasil, ainda que com ampla produção da 2ª safra de 2020, não se deve desconsiderar os efeitos dos baixos preços do etanol no País e o desaquecimento da economia sobre o consumo doméstico de milho, que poderiam levar a um estoque de passagem superior ao previsto. Os prêmios pagos pelo cereal no Brasil também poderiam recuar, a depender da demanda interna. Atualmente, fixações para a 2ª safra de 2020 e para a safra 2020/2021 ainda implicam em margens bastante atrativas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.