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08/Abr/2020

Estoques baixos devem sustentar preços do milho

Segundo o Itaú BBA, os preços do milho no Brasil devem continuar, em 2020, em patamar acima do observado nos últimos anos, apesar da queda das cotações esperada para o período da colheita. Isso porque as estimativas apontam estoques de passagem no fim da safra 2019/2020 baixos historicamente. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estoques finais de milho no País na temporada 2018/2019 somavam 11 milhões de toneladas. Para o fim do ciclo 2019/2020, a estimativa é de 10 milhões de toneladas. Mesmo assumindo uma produção local ao redor de 102 milhões de toneladas e as exportações caindo 6 milhões de toneladas em relação ao ano passado, e reduzindo o crescimento do consumo local, os estoques de passagem tendem a ficar menores que o estimado na safra 2018/2019.

As chuvas no mês de abril nas lavouras serão essenciais para que a estimativa de produção se consolide, já que em grande parte da área plantada o pendoamento ocorre nesse período. Há possibilidade de o País ter reservas mais folgadas de milho neste ano, a depender da demanda para produção de ração e etanol. Já foi relatado que, diante dos baixos preços do biocombustível, algumas usinas reduziram o ímpeto de compras e outras ofertaram parte dos estoques aos mercados. O cenário negativo para as indústrias de etanol nos Estados Unidos também pode jogar para baixo os preços do milho no Brasil. há rumores de que parte significativa das plantas de etanol norte-americanas será temporariamente fechada, o que deve pressionar os futuros na Bolsa de Chicago. Consequentemente, deve reduzir o valor da paridade de exportação no Brasil.

Os preços do cereal no Brasil continuam ganhando força, com o indicador Esalq BM&F fechando a R$ 58,49 por saca de 60 Kg no dia 3 de abril, alta de 10% desde o início de março. A razão é a oferta restrita do grão, após a forte demanda doméstica para produção de ração e etanol e exportações recordes, de 45 milhões de toneladas, terem reduzido significativamente os estoques de passagem. Com patamares elevados de preços, os produtores intensificaram a comercialização antecipada da 2ª safra de 2020 e também de 2020/2021. No entanto, nos últimos dias, foi possível observar uma retração no interesse por novos negócios, diante das incertezas sobre o tamanho da safra pelos problemas climáticos em algumas regiões e quanto à demanda, face à queda dos preços do etanol no Brasil e dos impactos da desaceleração econômica. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.