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06/Abr/2020

Tendência é de alta dos preços do milho no Brasil

A tendência é de alta para os preços do milho no mercado brasileiro, com dólar em patamares recordes, acima de R$ 5,30, demanda interna aquecida, quebras na safra de verão no Sul do Brasil e oferta interna restrita. A oferta restrita e a necessidade de reposição de estoques no curto prazo continuam elevando os preços do milho no Brasil. A intensidade desse movimento de alta, no entanto, diminuiu um pouco em algumas regiões, sendo que, em outras, a variação chegou a ser negativa. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F atingiu a casa dos R$ 60,00 por saca de 60 Kg no início da semana passada, renovando as máximas nominais da série histórica, mas voltou a se enfraquecer nos dias seguintes. A pressão veio da retração de parte dos compradores, contexto que limitou a liquidez em muitas regiões. Diante dos elevados patamares do milho, demandantes, quando possível, passam a adquirir produtos substitutos, como o sorgo.

Os vendedores, por sua vez, estão atentos ao desenvolvimento das lavouras, disponibilizando apenas lotes pontuais no spot. Com isso, nos últimos sete dias, o Indicador apresenta leve queda de 0,6%, cotado a R$ 58,87 por saca de 60 Kg. Em março, o Indicador acumulou forte alta de 12,9%, e a média do mês foi 44% superior à de março/2019, em termos nominais. Nos últimos sete dias, as cotações registram alta de 0,3% no mercado de balcão (ao produtor), mas queda de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). No acumulado de março, as altas foram de 6,1% e de 7,7% para os respectivos mercados. Na B3, influenciados pelas incertezas quanto à oferta e à demanda nos próximos meses, os contratos estão em queda. Nos últimos sete dias, o vencimento Maio/2020 registra desvalorização de 1,6%, indo a R$ 48,45 por saca de 60 Kg. No mesmo período, o contrato Julho/2020 apresenta recuo de 1,7%, a R$ 45,70 por saca e 60 Kg.

No campo, a atenção está voltada ao clima e aos possíveis impactos sobre o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2020. Previsões indicam chuva para os próximos dias, o que pode favorecer a produção. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, parte dos produtores teme a ocorrência de geadas. No Paraná, 85% da safra verão (1ª safra 2019/2020) havia sido colhida até o dia 30 de março. Para a 2ª safra de 2020, o cultivo totaliza 99% da área. No Rio Grande do Sul, a colheita atinge 72% das lavouras, contra 65% no mesmo período do ano passado. Na Argentina, o clima favorece a colheita, que, até o dia 2 de abril, chegou a 22,2% da área total. O ritmo de negócios nos portos também segue calmo, pelo menos para o primeiro semestre, tendo em vista os preços mais atrativos no mercado interno. A diferença entre os valores no porto e no físico nacional chega a R$ 15,00 por saca de 60 Kg. Com isso, os produtores priorizam o fechamento de contratos de soja.

Em março, foram embarcadas 494,6 mil toneladas de milho, 42% a mais que em fevereiro, mas metade do volume exportado em março de 2019. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a área de milho semeada em 2020/2021 deve totalizar 39,25 milhões de hectares, aumento de 8,3% em relação a 2019. No entanto, com o avanço da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos, a logística na entrega de insumos pode ser prejudicada e as estimativas de plantio podem ser reajustadas. Além disso, há previsões de que algumas usinas norte-americanas de etanol de milho diminuam ou interrompam a produção em meio às fortes desvalorizações do biocombustível. Neste contexto, na Bolsa de Chicago, os valores estão recuando. O contrato Maio/2020 registra queda de 4,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,30/bushel. O contrato Julho/2020 apresenta desvalorização de 4,5%, caindo para US$ 3,37/bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.