20/Mar/2020
Os preços do milho seguem firmes no mercado brasileiro. A desvalorização do Real, a demanda aquecida, as incertezas com relação ao clima para a 2ª safra de 2020 e as expectativas de estoques menores nesta temporada dão sustentação aos preços no mercado brasileiro. No mercado futuro (B3), as cotações dos contratos de milho caíram nos últimos dias, diante das incertezas em função do coronavírus e da queda no preço do petróleo, que poderão prejudicar a demanda interna e mundial. A comercialização de milho continua lenta nas principais regiões produtoras do País, com leve alta dos preços, que acompanham a valorização do dólar ante o Real, e oferta restrita, por causa dos grandes volumes do milho 2ª safra de 2019 exportados no ano passado e da quebra na safra de verão (1ª safra 2019/2020) em decorrência do prolongado período de deficiência hídrica na Região Sul.
Em Mato Grosso, a discrepância entre os preços indicados por compradores e produtores trava as negociações. Na região de Campo Verde, o mercado dá continuidade ao ritmo lento dos últimos 15 dias, sem reporte de negócios no spot, em virtude dos estoques limitados e da falta de acordo entre comprador e vendedor. A indicação de compra está entre R$ 43,00 e R$ 44,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento imediatos. A comercialização deve ser retomada até o fim do mês por causa do prazo de armazenamento do grão nos silos-bolsa. Por enquanto, o cenário se mantém com maior pressão por parte da ponta compradora local. A expectativa, entretanto, é de que a necessidade de consumo imediato faça com que os compradores paguem os preços indicados pelos vendedores nas próximas semanas. Quanto à negociação da 2ª safra de 2020, há registro de negócios a R$ 32,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em julho e pagamento em 30 de agosto e a R$ 31,50 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento em agosto. As cotações registram alta acompanhando o câmbio.
Em Mato Grosso, os produtores não demonstram muito interesse de venda, pois estão atentos ao clima seco no Estado, que pode prejudicar a semeadura do grão. No Rio Grande do Sul, onde a colheita está quase finalizada, há registro de negócios pontuais para atender a demanda de consumo rápido local e para liberar armazéns do produtor, que se prepara para colher a soja. Na região de Vacaria, há registro de negócios a R$ 50,00 por saca de 60 Kg, para retirada e pagamento de 15 a 30 dias. A alta do dólar tem elevado os preços, mas a demanda segue restrita à necessidade pontual. Na região da Serra Gaúcha, há registro de negócios a R$ 53,00 por saca de 60 Kg CIF no spot, porém envolvendo pequeno volume. No Paraná e Santa Catarina, as indústrias recebem milho de produtores direto da lavoura e pagam entre R$ 45,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg no mercado de balcão, o mesmo patamar que indicam no mercado de lotes. Nos portos da Região Sul, a indicação de compra está entre R$ 44,00 e R$ 45,00 por saca de 60 Kg.