05/Mar/2020
A negociação com milho no mercado interno avança pouco em algumas regiões do País, mesmo naquelas onde as cotações vêm subindo. Em Mato Grosso, a disparidade de preço entre compradores e vendedores chega a R$ 10,00 por saca de 60 Kg, com produtores sem interesse em negociar e estoques praticamente nulos no spot. Na região de Primavera do Leste, onde as cotações se mantêm estáveis, com a baixa oferta e falta de acordo entre comprador e vendedor, o mercado está parado. Os compradores do mercado interno indicam R$ 30,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento à vista. A discordância de preços reflete a falta de interesse do vendedor em comercializar o pouco grão disponível nos armazéns.
Quanto à comercialização antecipada da 2ª safra de 2020, na região de Nova Mutum, as negociações avançam à medida que o aquecimento na demanda aumenta os preços do cereal. Há registro de negócios a R$ 30,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega em junho ou julho e pagamento em agosto, alta de R$ 2,00 por saca de 60 Kg nos últimos sete dias, em função da competição mais agressiva entre usinas de etanol locais e grandes indústrias de carnes. Apesar do movimento intenso na parte compradora, a ponta vendedora não faz pressão, após já ter negociado grande parte da 2ª safra de 2020. A tendência é de que os produtores voltem a se concentrar na comercialização quando a colheita da soja acabar.
Quanto à comercialização antecipada da 2ª safra de 2021, a indicação de compra de exportadoras é de R$ 27,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega em junho e pagamento em agosto. No Rio Grande do Sul, a quebra na safra após a escassez hídrica prolongada no Estado e o encarecimento dos fretes em virtude da colheita de soja travam o mercado. Na região de Cruz Alta, os compradores indicam R$ 47,00 por saca de 60 Kg FOB. Na região da Serra Gaúcha, os compradores indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg CIF, sem interesse de venda. Os preços registram de até R$ 2,00 por saca de 60 Kg nos últimos sete dias.
Os produtores estão atentos aos patamares dos futuros negociados na B3 ao encarecimento dos fretes por causa do início da colheita de soja. Os produtores também tentam embutir no preço do cereal a rentabilidade que não vão obter com a comercialização da soja, que também deve ter perdas por causa da estiagem. A maior parte dos compradores são empresas locais, já que as tradings anteciparam suas compras com receio da quebra da safra após a estiagem que atingiu o Estado. Para a negociação antecipada da safra de verão (1ª safra 2020/2021), na região das Missões, os compradores indicam entre R$ 40,00 e R$ 41,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega em janeiro e pagamento em fevereiro de 2021.