17/Fev/2020
A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com quebras consolidadas na safra de verão (1ª safra 2019/2020) na Região Sul do Brasil, incertezas quanto ao clima e a produtividade na 2ª safra de 2020, dólar em patamares recordes no Brasil, cotações futuras estáveis na Bolsa de Chicago, demanda interna aquecida para o setor de rações animais e redução dos excedentes exportáveis na atual temporada. A colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020) avança e os compradores estão ativos, com interesse em negociar novos lotes. Muitos vendedores, por sua vez, estão retraídos, contexto que está elevando os preços do milho na maioria das regiões. Além disso, a perspectiva é de estoques finais menores na atual safra, o que também influencia o movimento de alta nas cotações.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra alta de 3,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 51,80 por saca de 60 Kg. Com as entregas de soja apresentando maior liquidez, os fretes de milho também têm influenciado o mercado de milho. No Paraná, na região sudoeste, os valores do cereal apresentam valorização de 4,4% nos últimos sete dias, a R$ 45,39 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso do Sul, na região de Chapadão do Sul, a alta é de 4,8%, cotado a R$ 43,29 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a elevação é de 1,2% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os contratos também apresentam valorizações. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2020 registra avanço de 4,3%, cotado a R$ 51,29 por saca de 60 Kg.
Os contratos Maio/2020 e Julho/2020 estão cotados a R$ 47,29 por saca de 60 Kg e a R$ 42,86 por saca de 60 Kg, aumentos de 2,5% e 1,7%, respectivamente. Para a safra de verão (1ª safra 2019/2020), a produção nacional é estimada em 25,2 milhões de toneladas, queda de 2% em relação à produção da temporada passada. Para o milho 2ª safra de 2020, a estimativa é de aumento de 1% na produção, estimada em 74,0 milhões de toneladas, quantidade levemente superior à temporada passada. O consumo está estimado em 70,5 milhões de toneladas, 8% superior à temporada anterior. A perspectiva de maior consumo interno é reflexo do setor de proteína animal aquecido e das novas usinas produtoras de etanol de milho na Região Centro-Oeste. Por enquanto, as exportações para a safra 2019/2020 são estimadas em 34 milhões de toneladas.
Assim, os estoques finais (janeiro/2020) são previstos em 8,5 milhões de toneladas, quantidade 38% inferior à média dos últimos cinco anos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 11 de fevereiro, estimou a produção dos Estados Unidos em 347,7 milhões de toneladas, quantidade 4,5% menor que a passada. Em termos mundiais, a produção é estimada em 1,110 bilhão de toneladas, quantidade 1% menor que a anterior. A projeção do consumo mundial foi reajustada para 1,350 bilhão de toneladas. Os estoques finais são estimados em 296,8 milhões de toneladas, quantidade 7,4% inferior à da temporada passada. Na Bolsa de Chicago, os contratos de milho se mantêm praticamente estáveis. Nos últimos sete dias, os vencimentos Março/2020 e Maio/2020 registram leves valorizações de 0,1%, cotados a US$ 3,79 por bushel e a US$ 3,84 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.