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12/Fev/2020

Demanda interna deve sustentar preços este ano

Segundo o Rabobank, os preços de milho devem se manter firmes este ano no Brasil, em razão da demanda interna aquecida e de estoques baixos de passagem, mesmo com a possibilidade de a safra atual se aproximar do recorde do ano passado, de 100 milhões de toneladas. A tendência é de que as exportações caiam quase 30%, com a retomada da oferta dos Estados Unidos, após a quebra da safra norte-americana em 2019. O setor de proteína animal brasileiro deve demandar a maior quantidade do cereal disponível, como ingrediente principal na ração. Além disso, juntamente com a expansão de usinas de etanol de milho, especialmente em Mato Grosso, o consumo doméstico deve avançar de 64 milhões de toneladas em 2019 para 68 milhões de toneladas este ano.

Em relação aos estoques de passagem, a expectativa é de 11 milhões de toneladas até o fim de janeiro deste ano, o menor volume desde janeiro de 2017, em razão da forte demanda pelo grão em 2019, aliada ao ritmo de exportações recordes, mesmo com a colheita volumosa na safra 2018/2019. É justamente a pressão sobre os estoques que tem dado suporte aos preços do milho no spot e, ainda que o momento seja de colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020) na Região Sul, após a seca prolongada que atingiu o Rio Grande do Sul, o principal produtor do grão na safra de verão (1ª safra), a entrada da colheita não será suficiente para ocasionar um recuo estrutural nas cotações. Se os preços cederem, será em algumas regiões pontuais e por causa de uma retração da parte compradora. Assim, pelo menos até a definição e a colheita da 2ª safra de milho/2020, que atualmente está sendo semeada, os preços devem continuar firmes. A 2ª safra de 2020 será responsável pela grande recomposição da oferta.

Porém, como uma parcela maior da 2ª safra de 2020 deve ser plantada fora da janela ideal, a produtividade tende a ser menor do que a do no ano passado. Só se a 2ª safra de 2020 surpreender e tiver uma produtividade acima do esperado pode haver uma pressão para derrubar os preços para abaixo dos R$ 40,00 por saca de 60 Kg. Outro fator externo que pode afetar o milho é a assinatura da “Fase 1” do acordo entre China e Estados Unidos. No primeiro momento, o acordo foi mais positivo para o milho do que para a soja. Embora a China não seja grande importadora do cereal, como a meta do acordo prevê aumento de importação em valores e não em volume, a China deve adquirir produtos de maior valor agregado. Assim, as compras chinesas de commodities agrícolas norte-americanas devem beneficiar produtos como etanol de milho e proteína animal, aumentando também a demanda pelo grão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.