10/Fev/2020
A tendência é de preços firmes, porém mais estáveis, no mercado brasileiro de milho, com o avanço da colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020), aumento da oferta por parte dos produtores e recuo das exportações nestes dois primeiros meses do ano. A trajetória de altas consecutivas dos preços está interrompida, com relatos de recuos em algumas regiões do País. Os preços do milho têm registrado pequenas baixas na maior parte das regiões. O ritmo de comercialização está lento porque, de modo geral, os compradores têm optado por aguardar o avanço da colheita para negociar grandes lotes. Além disso, as recentes quedas no mercado internacional reduzem a paridade de exportação e influenciam nas baixas dos preços domésticos. A colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020) de milho e a de soja segue em ritmo mais lento comparada à temporada passada. No entanto, parte dos vendedores já demonstra maior interesse em negociar.
A necessidade de liberar espaço nos armazéns para receber a soja ou de fazer caixa contribui para o maior interesse de produtores e, consequentemente, para pressionar os valores. No Paraná, na região norte, os preços registram recuo de 8,3% nos últimos sete dias, a R$ 43,46 por saca de 60 Kg. Na região sudoeste do Estado, a queda é de 5,7%, a R$ 43,08 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram baixa de 1,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 2,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) acumula queda de 2,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 50,13 por saca de 60 Kg. Na B3, as cotações apresentam leve recuperação nos últimos dias, reflexo da menor intensidade das quedas nos preços externos e do receio quanto à disponibilidade nos próximos meses. No entanto, quando avaliado o acumulado dos últimos sete dias, o contrato Março/2020 registra recuo de 0,8%, a R$ 49,16 por saca de 60 Kg, e o contrato Maio/2020 acumula desvalorização de 1,8%, cotado a R$ 46,15 por saca de 60 Kg.
Ainda que as negociações antecipadas estejam adiantadas em relação à temporada anterior, em Mato Grosso, 56% da produção do Estado já foi negociada, 15% superior ao registrado na temporada passada. Os vendedores ainda aguardam o andamento do plantio da 2ª safra de 2020 e a maiores indicações de compra nos portos, que seguem próximas de R$ 40,00 por saca de 60 Kg, abaixo do atual patamar de preços no mercado spot. As exportações brasileiras atingiram 2,29 milhões de toneladas em janeiro, 45% inferior à do mesmo período do ano passado e o menor volume desde julho/2019. Porém, no acumulado da temporada 2018/2019 (de fevereiro/2019 a janeiro/2020), os embarques totalizaram 42,4 milhões de toneladas, um recorde e 78% superior ao volume exportado na temporada anterior. A colheita do milho da safra de verão (1ª safra 2019/2020) e da safra de soja avança nas principais regiões produtoras, permitindo que se inicie o semeio do milho 2ª safra 2020.
No Paraná, chuvas intercaladas com sol, além de não atrapalharem a colheita da safra, têm auxiliado o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de milho de 2020. 93% das lavouras da safra de verão (1ª safra 2019/2020) seguem em boas condições, e a colheita atingiu 4% da área estadual. Quanto à 2ª safra de 2020, o plantio totalizou 7%, 31% abaixo do mesmo período do ano anterior. No Rio Grande do Sul, as chuvas melhoraram a situação das lavouras, mas a perspectiva inicial de produtividade já foi reajustada para baixo. A colheita está em 33% da área. Em Mato Grosso, o avanço da colheita de soja tem beneficiado o plantio da 2ª safra de milho. Os produtores, incentivados pela demanda aquecida e pelos preços elevados na atual temporada, devem aumentar a área da temporada 2019/2020. Atualmente, espera-se que a área com 2ª safra de 2020 no Estado possa atingir 5,1 milhões de hectares, 5% superior à temporada anterior, com produtividade 4,3% inferior à passada. Assim, a produção deve totalizar 34,44 milhões de toneladas, quantidade 0,5% maior que a de 2018/2019. Por enquanto, o plantio está em 21,9% da área, avanço semanal de 12%, mas ainda 7,8% inferior à safra passada.
No mercado internacional, o retorno das chuvas na Argentina trouxe melhores condições ao campo, e a semeadura já está em reta final. 98,8% da área já foi semeada. Os agentes acompanham os impactos do forte déficit hídrico dos últimos meses no potencial produtivo das plantas. Nos Estados Unidos, as atenções se voltam à comercialização do cereal. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, no dia 6 de fevereiro, que as vendas de milho chegaram a 1,24 milhão de toneladas na semana finalizada no dia 31 de janeiro, o que surpreendeu as estimativas do mercado, ficando 57% acima da média das quatro semanas anteriores. Porém, ainda pesam sobre as cotações as preocupações com a demanda da China. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Março/2019 registra leve queda de 0,1%, para US$ 3,79 por bushel. Os contratos Maio/2020 e Julho/2020 apresentam recuo de 0,1% e 0,4%, indo para US$ 3,84 por bushel e US$ 3,88 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.