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28/Jan/2020

RS registra perdas na soja, milho, leite, uva e fumo

Apesar da melhora nas condições climáticas nos últimos dias, a severa estiagem e o forte calor que castigaram o Rio Grande do Sul em dezembro e em parte de janeiro deixarão um rastro de pesados prejuízos para os agricultores gaúchos e deverão ter impacto negativo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) estadual até o segundo trimestre. Representantes de entidades do setor estimam frustrações entre 10% e 40% nas expectativas para as safras de soja, milho, fumo e uva e para a produção de leite neste mês, o que representa perdas de R$ 4,4 bilhões a R$ 7,5 bilhões no campo considerando os volumes que deixarão de ser colhidos e os preços médios dos produtos no Estado. Segundo o secretário-adjunto da Agricultura do Estado, Luiz Fernando Rodriguez, não há como fazer projeções mais precisas sobre as perdas na produção agrícola de verão. Mesmo assim, as lavouras de milho foram bastante atingidas e que houve queda de produtividade importante na produção leiteira, mas ele espera que a soja ainda recupere parte da produção perdida.

Além disso, 81 municípios gaúchos já haviam decretado situação de emergência. Conforme o secretário-adjunto, ainda é difícil fazer uma previsão mais aproximada dos efeitos da estiagem porque a intensidade do fenômeno variou muito de região para região, com maior déficit hídrico no centro, sul e leste e menor no oeste e norte. Para atenuar o problema dos agricultores o governo estadual vai antecipar de maio para março a liberação de recursos para compra subsidiada de sementes de pastagens de inverno e, em fevereiro, vai lançar um programa de financiamento para dobrar nos próximos anos a área de milho irrigado, que corresponde atualmente por apenas 17% das lavouras do grão. Conforme a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro-RS), a produção de milho, cuja estimativa inicial era de 5,9 milhões de toneladas, deverá recuar entre 30% e 35%, o que significaria uma colheita entre 3,8 milhões e 4,1 milhões de toneladas até o fim do ciclo, em março, inferior também às 5,8 milhões de toneladas colhidas na safra passada.

Na soja, o número final pode oscilar entre 10% e 13% a menos do que a projeção inicial, de 19,7 milhões de toneladas. As perdas não são lineares e variam de 5% a 60% dependendo da região. Se a previsão se confirmar, a safra da oleaginosa ficaria entre 17,1 milhões e 17,7 milhões de toneladas, igualmente abaixo das 19,2 milhões de toneladas produzidas em 2018/2019. Antes da estiagem, a soja sofreu com o excesso de chuva em outubro, o que provocou o aparecimento de fungos e a morte de plantas e exigiu o replantio de algumas lavouras. No caso da produção leiteira, a queda poderá chegar a 20% em janeiro em função do estresse dos animais provocado pelo forte calor, da redução da oferta de pastagem e da baixa qualidade da silagem de milho, também comprometida pela estiagem. Em alguns municípios, a quebra deve chegar a 40% e como o Estado produz em média 12 milhões de litros por dia, a perda total chegaria a 72 milhões de litros no mês se a projeção se confirmar. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.