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20/Jan/2020

Tendência de alta com demanda interna aquecida

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com demanda aquecida no setor de rações, exportações recordes na safra que se encerra em 31/01/2020 (ano safra 2018/2019), dólar em patamares elevados, quebras na safra de verão (1ª safra 2019/2020) e maior risco climático para o plantio e desenvolvimento da 2ª safra de 2019/2020. A colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020) foi iniciada na Região Sul do País, mas a disponibilidade doméstica ainda é baixa. A demanda, por sua vez, está ativa no mercado doméstico, contexto que mantém os preços do milho em alta no spot. Em algumas regiões, o milho já vem sendo negociada acima dos R$ 50,00 por saca de 60 Kg. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F acumula alta de 7% na parcial deste mês, cotado a R$ 51,99 por saca de 60 Kg, próximo do patamar recorde nominal, de R$ 53,91 por saca de 60 Kg, verificado no início de junho de 2016.

A média da parcial de janeiro está em R$ 50,58 por saca de 60 Kg, a maior desde maio/2016, em termos nominais. Na B3, os contratos com vencimento no primeiro semestre são negociados entre R$ 48,00 e 52,00 por saca de 60 Kg. Na Região Sul, os agentes indicam que preocupações quanto a possíveis impactos do clima seco durante o desenvolvimento das lavouras e tentativa de cooperativas locais de atrair produtores a fixar o produto também sustentam os preços do milho. Na parcial de janeiro, os avanços verificados nas regiões de Santa Rosa (RS), Campos Novos (SC) e do sudoeste do Paraná foram de, respectivamente, 10,5%, 5,0% e 8,0%. O movimento de alta neste início de ano tem ganhado força também em regiões produtoras, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná.

Na parcial do mês, o milho negociado na região de Sorriso (MT) registra alta de 5,3%; em Dourados (MS) e Ponta Grossa (PR), as altas são de 11%. Na parcial de janeiro, os preços apresentam alta de 8,5% no mercado de balcão (pago ao produtor) e de 6,7%, no mercado de lotes (negociação entre indústria). Com os preços internos elevados e mais competitivos que os externos, o ritmo de negócios para exportação no segundo semestre é lento. Por enquanto, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, nos sete primeiros dias úteis de janeiro, o Brasil exportou apenas 672 mil toneladas de milho. A colheita ainda está no início no Rio Grande do Sul. A Emater-RS aponta que 13% das lavouras foram colhidas, contra 11% há um ano e 12% na média dos últimos cinco anos. Outros 26% estão maduros e por colher. No Paraná, a colheita iniciou em lavouras do sudoeste do Estado.

Na Argentina, recentes chuvas melhoraram as reservas hídricas e permitiram o avanço do plantio. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 91% (ou 5,7 milhões de hectares) da área 2019/2020 estimada havia sido semeada até o dia 16 de janeiro. Porém, ainda existe preocupação quanto ao impacto da seca nas lavouras implantadas anteriormente. Nos Estados Unidos, os contratos negociados na Bolsa de Chicago registram considerável desvalorização, pressionados ainda pelas incertezas em relação ao acordo entre Estados Unidos e China. Também pesa sobre as cotações as novas estimativas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicando aumento na safra. O contrato Março/2020 apresenta recuo de 2,02% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,75 por bushel. O contrato Maio/2020 acumula desvalorização de 1,92% no mesmo comparativo, a US$ 3,82 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.