16/Dez/2019
A tendência é de preços sustentados para o milho no mercado brasileiro, com os futuros mais fortes em Chicago, oferta interna restrita, exportações recordes na atual safra e dólar retomando o patamar de R$ 4,10. Os preços do milho seguem em alta em Santa Catarina e em Minas Gerais (Nordeste e no Triângulo Mineiro), impulsionados pela retração de vendedores, que continuam à espera de novas valorizações do cereal nas próximas semanas. Em São Paulo e em algumas regiões do Paraná, as cotações estão em queda, influenciadas pela ausência de compradores e pelo maior interesse de alguns vendedores em negociar parte da mercadoria estocada.
Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,7% no mercado de balcão (ao produtor) e de 1,6% no de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 48,37 por saca de 60 Kg. Nesta região, muitos agentes sinalizam maior interesse em negociar grandes lotes apenas em janeiro. Na B3, os preços futuros recuaram na maior parte da semana passada, mas subiram no dia 12 de dezembro, influenciados pela alta no mercado externo naquele dia. Com isso, os contratos recuperaram as perdas dos dias anteriores. Nos últimos sete dias, o contrato Janeiro/2020 registra alta de 0,6%, cotado a R$ 48,74 por saca de 60 Kg. O vencimento Março/2020 acumula avanço de 1,6%, a R$ 47,78 por saca de 60 Kg.
Informações divulgadas no dia 10 de dezembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam redução nos estoques mundiais e na produção da safra 2019/2020. A queda nos estoques mundiais está atrelada principalmente à menor produção norte-americana, prejudicada pelo clima durante a maior parte do semeio e desenvolvimento da cultura. Nos Estados Unidos, o USDA manteve a produção do relatório anterior, de 347 milhões de toneladas, 20 milhões de toneladas inferior à da temporada anterior. Em termos mundiais, a produção de milho deve totalizar 1,1 bilhão de toneladas, um pouco superior ao volume divulgado no relatório anterior. As exportações mundiais devem atingir 172,3 milhões de toneladas.
Para a 2ª safra de 2020, devido ao atraso inicial do plantio da safra de soja na região Centro-Oeste, a produtividade poderá ser prejudicada. O consumo em 2020 deverá aumentar, totalizando 68,1 milhões de toneladas, e as exportações, recuar para 36 milhões de toneladas. Para atual temporada (2018/2019), as exportações devem ultrapassar 40 milhões de toneladas. Até o início de dezembro, os embarques continuaram aquecidos. Nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, o Brasil exportou 1,61 milhão de toneladas, com média diária de 323,4 mil toneladas. Caso esse ritmo se mantenha, o volume final poderá superar 6 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.