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02/Dez/2019

Tendência altista do milho com exportação recorde

A tendência é altista para o milho neste final de entressafra no mercado brasileiro, com as exportações recordes na atual temporada, dólar em patamares recordes e demanda interna aquecida, puxada pela forte expansão das exportações de carnes pelo Brasil. A demanda aquecida e a retração vendedora mantêm os preços do milho em forte alta em todas as regiões. No acumulado de novembro, os avanços nos valores superaram os 10% em algumas regiões. O bom ritmo das exportações mantém muitos vendedores afastados das negociações no spot envolvendo grandes lotes. Os preços no interior do País seguem acima dos verificados na região dos portos, o que tem feito com que os poucos vendedores ativos e detentores de lotes da 2ª safra de 2019 direcionem o milho ao mercado interno.

No acumulado de novembro, os valores do cereal chegaram a subir 14,5% em Rio Verde (GO), 10,9% em Maracaju (MS) e 5,2% em Sorriso (MT). No Paraná, na região oeste, o cereal acumula valorização mensal de 8,1% e em Chapecó (SC), de 6,2%. Nos últimos sete dias, especificamente, os preços registram alta de 2,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 6,2% no mês de novembro. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os avanços são de 3,1% nos últimos sete dias e de 8,2% no mês. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F está cotado a R$ 48,03 por saca de 60 Kg, altas de 5,1% nos últimos sete dias, de 14,4% em novembro e de 23% no ano. O ritmo das negociações da atual safra está adiantado. Em Mato Grosso, até meados de novembro, 95,4% da produção da 2ª safra de 2019 havia sido negociada. No Paraná, 74% da produção de milho da 2ª safra de 2019 já foi negociada.

Quanto às exportações, foram embarcadas 2,6 milhões de toneladas de milho nos primeiros 15 dias úteis de novembro. Caso esse ritmo persista, as exportações podem superar 3,5 milhões de toneladas em novembro. A boa demanda também tem dado sustentação aos contratos futuros negociados na B3. No dia 28 de novembro, os contratos atingiram os maiores níveis desde o início das respectivas negociações. Nos últimos sete dias, o contrato Janeiro/2020 apresenta valorização de 1,6%, cotado a R$ 49,05 por saca de 60 Kg e o Março/2020 registra alta de 0,5%, a R$ 47,98 por saca de 60 Kg. No campo, a maior regularidade das chuvas vem favorecendo as lavouras da safra de verão (1ª safra 2019/2020) em todas as regiões brasileiras e na Argentina.

No Rio Grande do Sul, o cultivo foi beneficiado pelo tempo firme e pelas boas reservas hídricas na maioria das regiões. A exceção é a região de Ijuí, onde a diminuição das chuvas atrasa o estádio reprodutivo. Os dados apontam que 86% da área esperada no Rio Grande do Sul já foi semeada. Da área semeada, 58% estão em germinação; 22%, em floração e 20%, em fase de enchimento de grãos. No Paraná, o desenvolvimento das lavouras está satisfatório. O plantio foi finalizado na primeira quinzena de novembro, sendo que 10% da lavoura está em condição média e 90%, em boas. Quanto às fases, 77% estão em desenvolvimento vegetativo, 20%, em floração e 3%, em frutificação. Na Argentina, a semeadura de milho segue em ritmo lento, apesar das recentes chuvas e da melhora das reservas hídricas.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório divulgado no dia 28 de novembro, o avanço da implantação de lotes foi de apenas 0,5% ante a semana anterior, somando 46,2% da área nacional. Nos Estados Unidos, apesar da colheita atrasada, a maior oferta e a baixa demanda pelo cereal continuam pressionando as cotações. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 84% da safra de milho foi colhida até o dia 24 de novembro, contra 76% na semana anterior e 96% na média dos últimos cinco anos. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2019) registra recuo de 1,5% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,62 por bushel. O contrato Março/2020 está cotado a US$ 3,73 por bushel, com queda de 1,5%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.