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25/Nov/2019

Tendência de alta do milho com demanda aquecida

A tendência é altista para os preços do milho no mercado interno, com exportações recordes, dólar em patamares elevados ao redor dos R$ 4,20 e demanda interna aquecida no setor de rações. Os preços no mercado interno seguem em alta nas principais regiões. O Indicador ESALQ/BM&F (referente à região de Campinas – SP) está cotado a R$ 45,68 por saca de 60 Kg, o maior valor nominal deste ano. A média da parcial de novembro, de R$ 43,26 por saca de 60 Kg, é a mais elevada desde agosto/2016, em termos nominais, e desde fevereiro/2019, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/2019). O movimento de elevação segue atrelado à demanda aquecida. Muitos compradores mostram necessidade de recompor estoques, mas têm dificuldades em encontrar grandes lotes. Com isso, esses agentes acabam cedendo a patamares maiores de preços. Os vendedores estão afastados do spot, na expectativa de preços maiores nas próximas semanas.

Nos últimos sete dias, a alta é de 1,8% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, as cotações estão sendo influenciadas pela expectativa de menor oferta nas próximas semanas, devido ao consumo nacional elevado e às exportações aquecidas. O estoque de passagem (estimado para janeiro/2019) deve somar 13,8 milhões de toneladas, quantidade 11% menor que o da temporada passada. O primeiro vencimento (Janeiro/20) registra avanço de 3,1% nos últimos sete dias, passando para R$ 48,29 por saca de 60 Kg. O contrato Março/2020 apresenta valorização de 4,2%, a R$ 47,73 por saca de 60 Kg. As exportações, por sua vez, seguem aquecidas. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro, foram exportadas 2,11 milhões de toneladas de milho. Caso o atual ritmo diário se mantenha, o Brasil deve embarcar 4 milhões de toneladas em novembro.

As negociações nos portos estão enfraquecidas, influenciadas pelas quedas nos preços externos do cereal e pela menor competitividade do milho nacional. O cereal posto no Porto de Paranaguá (PR) registra alta de 3,4% nos últimos sete dias, a R$ 39,67 por saca de 60 Kg. No Porto de Santos (SP), há pequena queda de 1,5% no período, a R$ 40,33 por saca de 60 Kg. Quanto ao acompanhamento do semeio da safra 2019/2020, no Rio Grande do Sul, o clima está favorável ao avanço dos trabalhos de campo e vem auxiliando no desenvolvimento das lavouras já implantadas. Segundo a Emater-RS, o cultivo atingiu 84% do total da área prevista até o dia 21 de novembro, contra 81% na semana passada. No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 92% da 1ª safra estão em condições boas, 7% em condições médias e 1% está em situação ruim. Na Bolsa de Chicago, os preços acumulam queda nos últimos dias.

O contrato Dezembro/2019 registra recuo de 1,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,68 por bushel. O vencimento Março/2020 apresenta queda de 1,49%, a US$ 3,79 por bushel. As baixas estão associadas à menor demanda pelo grão norte-americano. Por outro lado, as quedas foram limitadas por preocupações com a qualidade do milho que está sendo colhido, especialmente nas regiões de Minnesota, Nebraska e Dakotas do Sul e do Norte. Segundo relatório divulgado no dia 18 de novembro, os Estados Unidos já colheram 76% da safra, abaixo dos 89% da semana anterior. Na Argentina, segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de milho permanece em ritmo lento, chegando a 45,7% da área nacional até o dia 21 de novembro. Novas estimativas indicam que 6,3 milhões de hectares devem ser cultivados, queda de apenas 100 mil hectares frente à safra anterior. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.