18/Nov/2019
A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a alta do dólar no Brasil, exportações recordes em 2019 e aquecidas em novembro, oferta contraída por parte dos vendedores e consumo interno firme. Os preços de milho seguem em alta no mercado interno, impulsionados pela demanda aquecida no físico nacional. Muitos compradores, especialmente de regiões consumidoras, mostram dificuldades em encontrar novos lotes do cereal. Os vendedores, por sua vez, postergam as negociações, à espera de preços mais altos nas próximas semanas, fundamentados nas exportações ainda aquecidas. Nos portos, os valores também sobem, mas de forma menos intensa. Vale lembrar que os preços do milho no interior do País estão mais atrativos que os para exportação. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 44,27 por saca de 60 Kg, alta de 4,2% nos últimos sete dias. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as elevações são menos intensas, de 2,7% e 2,5%, respectivamente.
Nos últimos sete dias, os valores registram alta de 1,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 2,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, as cotações estão em alta, refletindo as preocupações quanto à oferta no início do próximo ano. Os contratos Janeiro/2020 e Março/2020 apresentam valorização de 5,7% e 3,9% nos últimos sete dias, a R$ 46,82 por saca de 60 Kg e a R$ 45,80 por saca de 60 Kg, respectivamente. O contrato Novembro/2019 registra alta de 3,4%. Nos portos, o ritmo de embarques em novembro está inferior ao de outubro. Nos seis primeiros dias uteis deste mês, saíram de portos brasileiros 1,26 milhão de toneladas de milho, com ritmo diário de 209,7 mil toneladas. Caso esse desempenho se mantenha, o embarque pode atingir 4 milhões de toneladas em novembro. As exportações brasileiras no ano-safra 2018/2019 devem superar 40 milhões de toneladas.
No acumulado de 2019, entre janeiro e novembro, as exportações já deverão atingir a casa ao redor dos 40 milhões de toneladas. Nos últimos 12 meses, entre novembro/2018 e outubro/2019, as exportações atingiram 44,2 milhões de toneladas, um recorde. Quanto à produção da safra de verão (1ª safra 2019/2020), a estimativa é de que a área cultivada deve atingir 4,1 milhões de hectares, com alta de 1,0% em relação ao ano anterior. A produção é estimada em 26,3 milhões de toneladas, quantidade 2,4% acima da temporada passada. A produção total da safra 2019/2020 deve superar novamente 100 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), por enquanto, sinaliza produção do Brasil em 2019/2020 em 101 milhões de toneladas, a mesma quantidade colhida na temporada 2018/2019.
Em termos mundiais, os dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no dia 8 de novembro, apontaram queda de 2% na produção em 2019/2020, refletindo as menores ofertas dos Estados Unidos, China e México, para 1,102 bilhão de toneladas. Entre os principais produtores mundiais, apenas a Rússia apresenta crescimento considerável, de 22%. O consumo é estimado em 1,126 bilhão de toneladas em 2019/2020, 2% menor que o da temporada anterior. Com isso, a relação estoque final/consumo deve cair para 26,3%, a menor desde a temporada 2014/2015. Neste ambiente, as cotações na Bolsa de Chicago estão em alta, impulsionadas por preocupações com o desenvolvimento da temporada 2019/2020 e pelo desempenho do trigo. O contrato Dezembro/2019 registra estabilidade, a US$ 3,75 por bushel. O contrato Março/2020 apresenta valorização de 0,1%, cotado a US$ 3,84 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.