11/Nov/2019
A tendência é de preços firmes para o milho no mercado brasileiro, com viés altista no curto prazo, com a alta do dólar e a reação dos futuros em Chicago, após a redução da estimativa da safra dos Estados Unidos em 2019/2020. Segundo o relatório mensal de oferta e demanda de novembro, divulgado na sexta-feira (08/11), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), foi reduzida sua estimativa para a safra 2019/2020 de milho do país, de 350,01 milhões de toneladas em outubro, para 347,01 milhões de toneladas em novembro. Os compradores voltaram a mostrar interesse em adquirir novos lotes de milho no spot, contexto que elevou os preços do cereal na última semana na maior parte das regiões. Já nos portos, o ritmo de negociação diminuiu. Isso porque muitos vendedores têm priorizado a negociação no mercado doméstico, que apresenta preços mais atrativos que os externos.
Ainda assim, os embarques apresentam volume elevado e devem se manter aquecidos nos próximos meses. As exportações de milho somaram 6,14 milhões de toneladas, apenas 5,6% abaixo do volume de setembro. De janeiro a outubro, as exportações totalizam 34 milhões de toneladas, 130% a mais que no mesmo período de 2018. No mercado interno, no acumulado de novembro, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) subiu 1,2%, para R$ 42,48 por saca de 60 Kg. Na média das regiões, houve aumento de 0,2% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,6% no de lotes (negociação entre empresas). Na B3, as cotações também subiram. O contrato Novembro/2019 se valorizou 0,5% em novembro, para R$ 42,81 por saca de 60 Kg; Março/2020 apresentou alta de 3,3%, a R$ 44,75 por saca de 60 Kg.
A retomada das chuvas na maior parte das regiões produtoras deve favorecer a produtividade, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde as preocupações com a umidade do solo são maiores. Quanto ao plantio, a área da safra de verão chegou a 96% no Paraná, contra 97% no mesmo período do ano passado. Os produtores seguem atentos às lavouras, tendo em vista que as boas condições passaram de 96% no ano anterior para 89% neste ano. No Rio Grande do Sul, 80% da área já havia sido plantada. As lavouras implementadas apresentam bom desenvolvimento, sendo que 85% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 14%, em floração e 1% está em início da fase de enchimento dos grãos. Na Argentina, o semeio avançou apenas 2,5 pontos percentuais na semana, somando 42,7% da área. Nos Estados Unidos, a colheita segue atrasada em relação aos últimos anos. Houve atraso no plantio e adversidades climáticas durante a colheita. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.