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04/Nov/2019

Tendência de alta perde fôlego no mercado interno

Com o recuo do dólar e cotações futuras estáveis em Chicago, as cotações do milho no mercado interno se aproximam do teto e perdem fôlego, com preços internos superando a paridade de exportação nos portos. O movimento de alta nos preços do milho perdeu a força nos últimos dias de outubro. Vale lembrar que os valores subiram com força nas primeiras semanas do mês passado. O enfraquecimento das cotações está atrelado à pressão exercida por compradores, que têm encontrado vendedores um pouco mais flexíveis para realizar novas negociações. Nos últimos sete dias, as quedas mais intensas são verificadas em São Paulo e no porto de Paranaguá (PR). Vale ressaltar que, em regiões consumidoras, como São Carlos (SP), Recife (PE) e Santa Catarina, os preços do milho até vinham se sustentando no início da semana passada, devido à dificuldade de compradores em adquirir novos lotes, mas recuaram na segunda metade do período. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra queda de 2,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 41,97 por saca de 60 Kg.

Na B3, o contrato Novembro/2019 apresenta desvalorização de 1,9% no mesmo comparativo, cotado a R$ 42,61 por saca de 60 Kg. Os vencimentos Janeiro/2020 e Março/2020 acumulam quedas de 0,5% e 0,6% nos últimos sete dias, indo para R$ 43,33 por saca de 60 Kg e R$ 43,25 por saca de 60 Kg, respectivamente. Nos últimos sete dias, há leve baixa de 0,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas alta de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Nos portos, a desvalorização do dólar está pressionando as cotações do cereal. Nos últimos sete dias, a queda é de fortes 6,7% no Porto de Paranaguá (PR), com a média indo para R$ 38,52 por saca de 60 Kg. No Porto de Santos, a baixa é menos intensa, de 2,2%, a R$ 39,48 por saca de 60 Kg. As exportações brasileiras de milho registraram em outubro nova alta expressiva na comparação com igual período de 2018. O País embarcou 6,137 milhões de toneladas no mês passado, 97,6% acima do volume de 3,105 milhões de toneladas enviadas ao exterior em outubro de 2018. Em comparação com setembro de 2019, quando o Brasil exportou 6,501 milhões de toneladas, o volume foi 5,6% menor.

O resultado reflete, em parte, o grande volume de negócios envolvendo a 2ª safra de 2019, realizado com antecipação desde o ano passado. Os embarques também foram impulsionados pela valorização do dólar ante o Real, que ajudou a dar suporte aos preços no Brasil e estimulou as vendas externas. No acumulado do ano, o Brasil exportou 36,241 milhões de toneladas de milho, volume 130,4% superior aos 15,731 milhões de toneladas embarcadas nos dez primeiros meses de 2018. A expectativa de agentes, no entanto, é que as exportações diminuam o ritmo nos próximos meses, fundamentados na menor competitividade do milho brasileiro. No Brasil, as chuvas nos últimos dias favoreceram os trabalhos, mas ainda não isentaram os produtores das preocupações. No Paraná, o plantio está na reta final. 92% da área total já havia sido implantada até o dia 28 de outubro, sendo que 86% apresentam boas condições, 11%, medianas e apenas 1% está em situação ruim.

No Rio Grande do Sul, as lavouras do cereal apresentam desenvolvimento ideal, chuvas aliadas a temperaturas amenas durante a noite têm favorecido o desenvolvimento. O cultivo do milho atingiu 77% do total da área prevista no Estado, leve avanço na comparação com a semana anterior (72%). Do cereal que está na lavoura, 92% estão em germinação ou em desenvolvimento vegetativo e 8%, em floração. Na Argentina, as recentes chuvas melhoraram a umidade do solo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 30 de outubro, 40% da área esperada havia sido semeada, avanço de 5,6%. Nos Estados Unidos, até o dia 28 de outubro, a colheita havia alcançado 41% da área nacional, bem abaixo da média dos últimos cinco anos, de 61%. 58% da safra norte-americana apresenta condições boas ou excelentes, 30%, médias e 3%, ruins e muito ruins. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2020 e Maio/2020 estão ao redor dos US$ 4 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.