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28/Out/2019

Tendência de alta do preço com demanda aquecida

A tendência é altista para os preços do milho no Brasil, com exportações recordes, oferta interna contraída à espera da elevação das cotações e demanda interna também aquecida. Com valorização acumulada de mais de 10% em outubro, o milho tem sido negociado na casa dos R$ 43,00 por saca de 60 Kg em São Paulo, o maior patamar nominal desde maio de 2018. A sustentação vem da demanda aquecida. O ritmo de negócios só não é maior porque os vendedores permanecem retraídos, aguardando preços ainda mais remuneradores e atentos ao clima e aos possíveis impactos no campo. No geral, o movimento de alta é observado em praticamente todas as regiões, especialmente nas consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F registra avanço de 2,0% nos últimos sete dias, para R$ 43,01 por saca de 60 Kg.

Na parcial do mês, o Indicador acumula alta de 11,1%. Nos últimos sete dias, as altas são de 2,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, as cotações estão oscilando. Enquanto o primeiro contrato (Novembro/2019) está em alta, influenciado pela maior demanda doméstica, os contratos para o próximo ano registram queda. Nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2019 apresenta avanço de 0,2%, cotado a R$ 43,43 por saca de 60 Kg. O vencimento Janeiro/2020 registra recuo de 1,0%, a R$ 43,56 por saca de 60 Kg. Nos portos, apesar do ritmo aquecido dos embarques, as negociações no spot estão mais fracas, devido às desvalorizações externa e do dólar e à disparidade entre os valores de compra e de venda. Além disso, os preços no interior estão acima dos observados nos portos.

A média da parcial de outubro do Indicador ESALQ/BM&F está R$ 1,89 por saca de 60 Kg acima da média verificada no Porto de Paranaguá (PR) e R$ 0,89 por saca de 60 Kg superior à observada em no Porto de Santos (SP). Apesar das negociações pontuais no spot, os embarques estão aquecidos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 14 dias úteis deste mês, as exportações somam 3,87 milhões de toneladas. No Brasil, as preocupações ainda se voltam às chuvas irregulares na maior parte das regiões produtoras. No Paraná, o plantio caminha para reta final, com 88% da área da 1ª safra 2019/2020 plantada até 21 de outubro, das quais 88% apresentam boas condições, 5%, medianas e apenas 1% estava em situação ruim. No Rio Grande do Sul, a maioria das lavouras apresenta desenvolvimento satisfatório. As chuvas aliadas aos períodos de sol têm proporcionado o crescimento ideal da planta, sendo que 2% já entraram em fase de floração e 72% da área estadual foi semeada.

Na Argentina, a melhora da umidade facilita o avanço do plantio. Até o dia 24 de outubro, 34,6% da área nacional havia sido semeada, avanço semanal de 6%. Na Bolsa de Chicago, o cereal norte-americano encerrou a semana passada em queda, refletindo a menor demanda de compradores. As quedas foram amenizadas pelo ritmo de colheita mais lento e por preocupações com os rendimentos em algumas áreas prejudicadas por temperaturas mais baixas. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 21 de outubro, a colheita havia alcançado 30% da área nacional, 17% menor que a média dos últimos cinco anos. O contrato Dezembro/2019 registra recuo de 2,0%, cotado a US$ 3,86 por bushel. Os vencimentos Março/2020 e Maio/2020 também apresentam queda de 2,0%, a US$ 3,98 por bushel e a US$ 4,04 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.