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14/Out/2019

Tendência altista para os preços internos do milho

A tendência é altista para os preços do milho no mercado interno, com exportações recordes em 2019, dólar em patamares elevados, cotações futuras em viés altista no longo prazo, bom volume de vendas antecipadas para 2020, retração dos vendedores e demanda interna aquecida. Os valores do milho seguem em alta no físico nacional neste começo de outubro, sustentados pela forte retração de produtores. Esses vendedores estão à espera de novas altas nos preços, fundamentados no clima, no forte ritmo das exportações e na demanda aquecida. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) está cotado a R$ 40,33 por saca de 60 Kg, alta de 1,5% nos últimos sete dias e um dos maiores valores desde março de 2019.

Os destaques são foram as regiões consumidoras do Triângulo Mineiro (MG) e de Chapecó (SC), onde os preços registram alta de 8,5% e 4,2%, respectivamente. Nos últimos sete dias, os aumentos são de 2,4% no mercado de balcão (ao produtor) e de 2,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os contratos também refletem a expectativa de menor oferta nos próximos meses. Nos últimos sete dias, os contratos Novembro/2019 e Janeiro/2020 registram alta de 1,1% e 0,9%, a R$ 40,62 por saca de 60 Kg e R$ 41,60 por saca de 60 Kg. No campo, os produtores estão focados no plantio de soja, mas o baixo volume de chuvas na maior parte do Brasil preocupa. Muitos produtores já estão atentos à janela de semeio do milho da 2ª safra de 2020. Além disso, há preocupações com o desenvolvimento das lavouras já implementadas no Paraná, Rio Grande do Sul e em São Paulo.

O plantio no Paraná alcançou 69% até o dia 7 de outubro, com a maior parte das lavouras em boas condições. No Rio Grande do Sul, a área semeada chegou a 58%, avanço de 6% em relação à semana anterior. Destas, 100% estão em desenvolvimento vegetativo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), já foram embarcadas ao mercado externo 1,3 milhão de toneladas de milho em apenas quatro dias úteis de outubro. A média diária de exportação está em 328,6 toneladas. Assim, caso esse ritmo se mantenha até o final de outubro, o volume pode chegar a 7,55 milhões de toneladas, o que seria o dobro do verificado em outubro de 2018. Esse bom desempenho reflete especialmente o maior ritmo de comercialização em meses anteriores no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Os vendedores foram estimulados pelo maior preço. Nos últimos sete dias, as cotações nos portos seguem elevadas, já que a demanda internacional continua aquecida.

61% da produção do milho 2ª safra de 2019 do Paraná havia sido comercializada até meados de setembro, contra 44% no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, 93,3% da produção do milho 2ª safra de 2019 foi comercializada até o início de outubro, frente aos 85,1% do ano passado. O Brasil deve exportar mais de 38 milhões de toneladas de milho na safra 2018/2019, um recorde. Nos Estados Unidos, apesar dos problemas enfrentados durante o plantio e desenvolvimento das lavouras, a produção norte-americana deve totalizar 350 milhões de toneladas na temporada 2019/2020, apenas 4% inferior a 2018/2019. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 56% das lavouras estão em boas e excelentes condições, 29%, em médias e 15%, ruins ou péssimas. A colheita nos Estados Unidos soma 15% da área nacional, 18% abaixo do verificado no mesmo período de 2018. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.