07/Out/2019
A tendência é altista para os preços do milho no mercado interno, com exportações recordes, cotações futuras em viés altista na Bolsa de Chicago, dólar acima do patamar de R$ 4, consumo interno firme e ofertas retraídas por parte dos vendedores. As negociações envolvendo o milho estão lentas no Brasil, mas os preços seguem em alta em todas as regiões. A maior parte dos vendedores está cautelosa, realizando fechamentos apenas conforme a necessidade, ao passo que compradores mostram interesse em realizar novas aquisições. Além disso, os embarques de milho estão ritmo intenso, o que tem também reforça a alta nos preços domésticos. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,8% no mercado de balcão (ao produtor) e de 2,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Em Mato Grosso e em Goiás, agentes relatam maior interesse por parte de consumidores de São Paulo e de Santa Catarina. Em Minas Gerais, a oferta está um pouco mais restrita o que, somada à demanda aquecida, está elevando os valores.
Em Mato Grosso do Sul, a disponibilidade de cereal é um pouco mais elevada, mas a procura está maior, sustentando os preços. Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F registra avanço de 2,3%, a R$ 39,73 por saca de 60 Kg, 3, retomando patamares verificados em março/2019. Na B3, o contrato Novembro/2019 apresenta valorização de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 40,16 por saca de 60 Kg, e Janeiro/2020 acumula alta de 0,1%, a R$ 41,23 por saca de 60 Kg. Nos portos, os valores também continuam em alta, influenciados pelas recentes elevações nos preços internacionais. Nos últimos sete dias, a cotação no Porto de Paranaguá (PR) registra aumento de 4,7% e, no Porto de Santos (SP), 1,9%. Em setembro, os embarques totalizaram 6,5 milhões de toneladas, volume 93% superior ao do mesmo mês de 2018 e um recorde para o período.
De janeiro/2019 a setembro/2019, os embarques já somam 29 milhões de toneladas, volume três vezes superior ao mesmo período de 2018. As exportações devem seguir aquecidas nas próximas semanas, contexto que pode resultar em vendas recordes neste ano. No campo, os agentes estão atentos ao clima, que, caso siga quente e seco, pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras. Em algumas áreas da Região Sul do País já são observados atrasos no plantio. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as chuvas devem retomar para as regiões produtoras de milho, o que deve favorecer os trabalhos de campo. No Paraná e em São Paulo, o clima seco limitou o avanço do plantio da safra verão (1ª safra 2019/2020). No Paraná, 57% da área estimada para a safra de verão (1ª safra 2019/2020) foi plantada.
No Rio Grande do Sul, o plantio apresenta diferentes situações entre as regiões. Enquanto em Santa Rosa a semeadura é limitada devido à baixa umidade do solo, em Ijuí, apesar do atual clima seco, os trabalhos de campo já estão na reta final. Considerando-se a área total do Estado, o plantio totaliza 52%, avanço de 9% em relação à semana anterior e ainda 5% maior que 2018. Até o momento, todas as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, mas as chuvas ainda abaixo da média deixam os produtores preocupados. Na Argentina, o clima favorece os trabalhos de campo. Dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam que 20,6% da área estimada para temporada 2019/2020 havia sido semeada até o dia 2 de outubro, avanço de 1% em relação ao mesmo período de 2018.
Nos Estados Unidos, as lavouras estão com o desenvolvimento atrasado em relação a temporadas anteriores. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o final de setembro, 11% da área total havia sido colhida, 14% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado. Apenas 43% da safra norte-americana está madura, contra 84% no ano anterior e 73% na média dos últimos cinco anos. Quanto às condições das lavouras, 57% estão em condições entre boas e excelentes; 29%, em médias e 14%, entre ruim e muito ruim. Assim, a previsão de frentes frias e possíveis impactos na maturação de parte das lavouras elevou os preços nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, os vencimentos Dezembro/2019 e Março/2020 apresentam fortes altas, a US$ 3,88 por bushel e a US$ 4,07 por bushel. O contrato Maio/2020 registra avanço 3,51%, a US$ 4,06 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.