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30/Set/2019

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

A tendência é de preços sustentados para o milho no mercado brasileiro, com exportações recordes no atual ano-safra, dólar em patamares que elevam a paridade de exportação e demanda interna aquecida, com vendedores controlando as ofertas. Mesmo com disponibilidade recorde na temporada 2018/2019, os preços do milho seguem em alta. Os vendedores optam por entregar os lotes comercializados antecipadamente, sobretudo para a exportação, enquanto os compradores estão mais ativos nas aquisições. Com os embarques do cereal em ritmo intenso, alguns compradores, inclusive, indicam valores maiores, no intuito de levar os lotes que poderiam ser exportados. Nos últimos sete dias, as altas são de 3,1% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas).

Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F registra alta de 2,5%, a R$ 38,85 por saca de 60 Kg. Na parcial do mês, o Indicador acumula alta de 5,8%. Na B3, o contrato Novembro/2019 registra alta de 1,0% nos últimos sete dias, a R$ 39,95 por saca de 60 Kg; Janeiro/2020 apresenta avanço de 0,6%, a R$ 41,17 por saca de 60 Kg, e Março/2020, 1,0%, a R$ 41,35 por saca de 60 Kg. No geral, a maior parte da safra 2018/2019 já foi comercializada. Até meados de setembro, 87,4% da produção de 2018/2019 e 35% da 2019/2020 de Mato Grosso já haviam sido negociadas, contra 81,17% e 24,1% no mesmo período do ano passado. No Paraná, as negociações também estão adiantadas. 61% da 2ª safra de 2019 já foi comercializada, acima dos 44% do mesmo período de 2018. Além do ritmo adiantado da comercialização, o forte desempenho das exportações tem contribuído para a sustentação dos preços nos portos e, consequentemente, no interior do País.

Neste ano, no entanto, a diferença entre as cotações no Porto de Paranaguá (PR) e regionais apresenta comportamento distinto do observado em 2018. Em agosto e setembro/2019, as médias de preços em Campinas (SP) estiveram R$ 1,31 por saca de 60 Kg e R$ 1,69 por saca de 60 Kg, respectivamente, acima das verificadas no Porto de Paranaguá. Nos mesmos meses de 2018, as médias de Campinas estiveram R$ 0,59 por saca de 60 Kg e R$ 0,19 por saca de 60 Kg abaixo dos preços no porto. Esse cenário deve contribuir para manter elevadas as cotações no interior. Quanto aos embarques, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 4,75 milhões de toneladas de milho nos primeiros 15 dias úteis de setembro, com média diária de 317,1 mil toneladas. Caso esse ritmo se mantenha até o final do mês, os embarques podem superar 6,6 milhões de toneladas, o que seria um recorde para setembro.

O plantio da safra de verão (1ª safra 2019/2020) avança nas principais regiões, com produtores atentos ao clima. Na Argentina, deve haver um leve aumento na área plantada na Argentina em relação à temporada anterior, somando 6,3 milhões de hectares na safra 2019/2020, com produção estimada em 50 milhões de toneladas. O plantio totaliza 15,9% da área, avanço semanal de 9,8%. Nos Estados Unidos, a colheita da temporada 2019/2020 progrediu apenas 3%. Segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 7% da área já foi colhida, 4% abaixo da média dos últimos cinco anos (2014-2018). Porém, o atraso no desenvolvimento das lavouras tem preocupado os agentes. Na Bolsa de Chicago, os contratos Março/2020 e Maio/2020 apresentam altas de 0,2% e 0,1% nos últimos sete dias, a US$ 3,85 por bushel e a US$ 3,92 por bushel. Fonte: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.