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09/Set/2019

Tendência é de sustentação para preços do milho

A tendência é preços sustentados para o milho no mercado brasileiro, com a aproximação do final da colheita da 2ª safra, dólar acima dos R$ 4 mantendo a paridade de exportação competitiva para o produto brasileiro e exportações recordes previstas para 2019. O dólar encerrou em queda contra o Real na sexta-feira (06/09), marcando sua primeira queda semanal em quase dois meses, em dia de maior ânimo nos mercados por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos. O dólar à vista teve queda de 1,783%, a R$ 4,1051. Entre janeiro e agosto de 2019, o Brasil exportou 23,61 milhões de toneladas de milho em grãos, 155% acima das 9,26 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano anterior. Nesta semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga novo relatório de oferta e demanda mundial e novas projeções para a safra 2019/2020 do país e a tendência é de revisão para baixo das expectativas de produção de milho.

Os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões, sustentados, principalmente, pela forte demanda internacional. Em agosto, o Brasil exportou volume recorde para o mês. O movimento de alta nos valores, no entanto, está sendo limitado pelas quedas nos preços externos do cereal e do dólar. Nos portos, os valores chegaram a cair. No Porto de Paranaguá (PR) e no Porto de Santos (SP), o milho, que chegou a ser negociado a R$ 40,00 por saca de 60 Kg no início de agosto, agora está próximo de R$ 36,00 por saca de 60 Kg. No geral, a liquidez nos portos é baixa e há grande disparidade entre os preços indicados por compradores e vendedores. Ainda assim, o ritmo de embarques é intenso, reflexo da comercialização antecipada em meses anteriores. O Brasil exportou 7,65 milhões de toneladas de milho em agosto, três vezes mais que em agosto de 2018 e um recorde para o mês. No mercado spot nacional, os vendedores têm optado por adiar a comercialização de novos lotes, na expectativa de oportunidades mais remuneradoras nas próximas semanas.

Os compradores, por sua vez, indicam ter estoques para o curto prazo e, com isso, mantêm as indicações mais baixas quando há necessidade de novas aquisições. Nos últimos sete dias, as altas são de 1,2% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). As elevações mais expressivas são observadas nas Regiões Centro-Oeste e Sul do País. Em São Paulo, os preços registram queda, pressionados pelo recuo nos valores externos e nos portos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) apresenta recuo de 1,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 36,65 por saca de 60 Kg. Na B3, todos os contratos milho estão em queda. Nos últimos sete dias, os vencimentos Setembro/2019 e Novembro/2019 apresentam desvalorizações de 1,7% e 1,9%, cotados a R$ 36,60 por saca de 60 Kg e R$ 37,76 por saca de 60 Kg, respectivamente.

Na Argentina, o tempo seco favoreceu a finalização da colheita, com a produtividade estimada em 8,28 toneladas por hectare e a produção, em 48 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, apesar do considerável atraso no plantio, o clima favoreceu o desenvolvimento da lavoura, permitindo a manutenção da boa qualidade. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 58% das áreas são consideradas boas ou excelentes; 29% apresentam condições médias e 13%, ruins ou muito ruins. A demanda pelo cereal naquele país segue enfraquecida. Dados semanais divulgados pelo USDA indicam queda de 45% nas cargas inspecionadas para exportação na semana anterior. Esse cenário está pressionando os valores externos do milho. Nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2019 registra baixa de 3,7%, a US$ 3,46 por bushel. Os contratos Dezembro/2019 e Março/2020 apresentam recuos de 3,37% e de 3%, a US$ 3,58 por bushel e US$ 3,71 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.