02/Set/2019
A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, diante da forte escalada do dólar (que acumulou expressiva elevação de 8,5% em agosto passado), elevando a paridade de exportação nos portos brasileiros, exportações recordes e demanda interna firme, puxada pelo aumento da produção de rações. Os preços do milho apresentam alta nos últimos sete dias na maior parte das regiões. O impulso vem da maior demanda interna, do dólar elevado, do ritmo intenso das exportações nacionais e da retração vendedora. As maiores altas têm sido observadas nas praças consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina.
Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços registram avanço de 3,5% em São Paulo e de 1,8% em Santa Catarina. O Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas – SP) apresenta alta de 1,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 37,18 por saca de 60 Kg. No acumulado de agosto, a alta é de 3,0%. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 2,7% no mercado de balcão (recebido pelo produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Em agosto, as valorizações foram de 1,4% e de 1,0%, respectivamente. Quanto às exportações, seguem registrando novos recordes. Nos primeiros 17 dias úteis de agosto, foram embarcadas 6,28 milhões de toneladas de milho, volume nunca atingido num mês de agosto. A expectativa de demanda nos próximos meses mantém os preços futuros em alta.
Na B3, o contrato Setembro/2019 apresenta reação de 2,0% nos últimos dias, cotado a R$ 37,24 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2019 registra alta de 2,7%, a R$ 38,50 por saca de 60 Kg. Em agosto, esses contratos se valorizaram 1,7% e 0,1%, respectivamente. Os produtores já iniciam os preparativos para a safra verão (1ª safra 2019/2020). No Paraná, a área deverá ser 6% menor, mas a produtividade deve crescer 6%, resultando em produção de 3,1 milhões de toneladas, volume próximo ao da safra 2018/2019. Por enquanto, o plantio atinge apenas 1% da área do Estado. No Rio Grande do Sul, as estimativas são de aumentos de 1% na área plantada na temporada 2019/2020 e de 2,6% na produtividade. Com isso, a produção deve atingir 5,95 milhões de toneladas, 3,6% acima da anterior.
Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima que 98% da área total estimada já tenha sido colhida, avanço de 3,5% em relação à semana anterior. Nos Estados Unidos, apesar da expectativa de demanda mais aquecida por etanol, a melhora das condições das lavouras de milho está pressionando os futuros na Bolsa de Chicago. O vencimento Setembro/2019 está cotado a US$ 3,59 por bushel, queda de 0,96% nos últimos sete dias. O contrato Dezembro/2019 registra leve valorização de 0,1%, a US$ 3,71 por bushel. Segundo o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), das lavouras norte-americanas, 57% apresentavam condições boas e excelentes até o dia 25 de agosto, 1% superior em relação à semana anterior. Além disso, 71% da safra está formando grãos e 27%, formando dentes. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.